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[RESENHA] Dias Febris - Francis Graciotto

19 dezembro 2018

Olá, viajantes!

Em pleno final de ano, as resenhas por aqui andam escassas. Mas como vocês já sabem, o blog conseguiu uma parceria que eu mais que desejava com a Aberst, e fomos sorteados com o livro Dias Febris dessa vez, do autor Francis Graciotto. Hoje eu trago minhas impressões dele pra vocês, e eu já posso adiantar que não consegui largar o livro antes de finalizar a leitura! Como eu amei demais o livro, já vou deixar o link de compra aqui na introdução mesmo: clica aqui e vocês podem conferir por si mesmo o motivo de essa resenha estar recheada de elogios!

Dias Febris
TÍTULO: Dias Febris
AUTOR: Francis Graciotto
EDITORA: Cultura em Letras Edições
NÚMERO DE PÁGINAS: 130 páginas
SINOPSE: A Febre Vermelha surgiu na região de Santos e se espalhou pelo Brasil, uma doença que deixa seus infectados com olhos vermelhos e uma insaciável fome por carne humana. A sociedade rui em questão de dias. Policiais, médicos, bombeiros e até os responsáveis por gerenciar as redes de energia elétrica e comunicações estão ocupados tentando sobreviver e não resta nenhuma autoridade para proteger a população da doença e dos infectados. Em todas as regiões do país, cada um está por conta própria. Estes são os Dias Febris. Em uma coletânea de oito histórias em diversas cidades brasileiras, Dias Febris conta pontos de vista diferentes dos dias que seguem à Febre Vermelha. São histórias individuais, podendo ser lidas antes ou depois do primeiro livro.

    

Dias Febris, como a sinopse já informa, é uma coletânea que reúne oito contos. É importante vocês saberem, antes de tudo, que o universo desses contos é o mesmo que o do primeiro livro do autor, Febre Vermelha (que, aliás, eu já quero ler pra ontem!), mas as histórias aqui, como o próprio autor menciona no Prefácio do livro, são individuais e podem, sim, ser lidas antes da leitura do livro. Elas foram escritas em períodos diferentes e não em conjunto: na verdade, o livro começou com um conto publicado no Wattpad pelo autor, que teve um retorno extremamente positivo por parte dos leitores. A partir daí, as escritas começaram, e o resultado delas é o livro do qual vamos falar hoje.

Antes de me deter em cada um dos contos, preciso dizer o quanto eu me senti envolvida por esse universo criado pelo autor. Que eu sou fã de história de zumbis não é segredo pra ninguém, mas o escritor desse título em específico conseguiu contextualizar de uma forma bastante satisfatória seu mundo. Como vocês já devem ter percebido, esse livro se passa em um cenário quase apocalíptico, onde uma doença chamada Febre Vermelha tem contagiado boa parte da população, fazendo com que todos os indivíduos se transformassem em canibais agressivos e preocupados apenas com uma coisa: comida. No caso, carne humana. Esse é o plot do primeiro livro e também dos contos. Nestas histórias paralelas, o leitor vai encontrar diversas visões acerca da tragédia e de todas as consequências que ela trouxe.

O que eu achei mais interessante, nesse ponto, foi a diversidade de personagens que encontramos aqui. Todos eles são extremamente diferentes, seja em questão de personalidade, de aspirações, de preocupações ou até mesmo de posição social e gostos particulares. Conforme conhecemos suas histórias, somos capazes de diferenciá-los claramente e conseguimos entender o que move cada um deles. É impressionante o bom trabalho feito pelo autor no quesito personagem: a tarefa de criar uma figura única, com sua própria voz e individualidade, que se distingua das demais, não pode ser considerada fácil, mas lendo esses contos o leitor pode ser enganado pela simplicidade com que o autor colocar esse procedimento em jogo. O mais importante é que todas elas, de alguma forma, acabam despertando sentimentos no leitor, sejam eles positivos ou negativos. Isso é responsável por boa parte do envolvimento que a obra suscita no público. Como eu já disse, a cada página lida eu me via tão envolvida que foi impossível largar o livro sem terminá-lo.

O processo que vamos adotar nessa resenha, como há muitos enredos, será o de falar de cada um deles individualmente. Prometo controlar minha empolgação ao máximo pra não dar nenhuma spoiler que possa estragar a leitura de vocês. Eu ia mencionar apenas os contos que mais gostei, mas chegando ao final do livro eu percebi que todos eles me agradaram de diferentes formas, então seria difícil selecionar apenas alguns deles. Se você está lendo essa resenha, só tenho uma coisa a dizer: senta, porque lá vem história!

O livro começa com o conto Lucy. Nele, temos quatro protagonistas: Alex, Thiago, Lara e Lucy, que é apenas mencionada, só sendo apresentada no final do conto. Alex e Thiago são jogadores de futebol e estão em pleno jogo quando a Febre decide agir sobre a torcida, transformando quase todos em doentes ensandecidos por sangue. No meio do tumulto, Alex só consegue pensar em Lucy, que está muito longe dali, sozinha. Depois de perceber que o trânsito estava caótico e ele não conseguiria chegar a Lucy em tempo de tirá-la de qualquer situação de perigo, o garoto decide correr uma pequena maratona para enfim conseguir alcançá-la. O conto acompanha essa saga até Lucy e o final dele é simplesmente o melhor de todos, no meu ponto de vista. Foi por causa dele que eu me senti tão íntima do protagonista, por conta dos detalhes apresentados no desfecho eu entendi toda a aflição e as decisões que ele tomou e me peguei pensando se eu não teria feito exatamente o mesmo.

O conto que segue tem o nome de O Jogo. Ele começa com uma cena na qual temos exata descrição de um jogo de tabuleiro, o Zombicide, que dois amigos adoram e que sempre acaba sendo o programa escolhido por eles quando estão juntos. Essa cena é narrada em terceira pessoa: é como se o autor quisesse realmente inserir o leitor dentro do jogo com os garotos, criando uma experiência submersiva. Obviamente a paz desses dois protagonistas precisaria ser atacada, e aqui ela é arrancada deles de forma extremamente agressiva. Não vou contar como, mas posso dizer que é um dos contos mais surpreendentes, na minha opinião. Eu realmente fui enganada pela cena do jogo, pensando que era esse o enredo principal, e arrebatada por todos os acontecimentos que vieram depois dela.

O próximo conto, Era uma vez em Osasco, traz um protagonista bastante misterioso de início. Movido por um instinto forte de vingança, essa personagem decide ir em busca dos homens que destruíram a ele e a sua família algum tempo atrás. Em paralelo, temos os bandidos: Don e seus capangas. Esses homens estão em plena negociação com um cliente, Pablo, quando o nosso anti-herói secreto decide começar sua carnificina. O que nenhum deles poderia esperar era o final inusitado e assustador que essa história teria. Esse é de longo o conto com mais ação do livro. Eu me senti em uma verdadeira cena de filme, porque tudo foi extremamente bem escrito pelo autor, com detalhes, como se estivéssemos lendo um roteiro de cinema. É impressionante a precisão e a intensidade gradativa que o autor consegue construir ao longo dessas poucas páginas, e o suspense só aumenta ao longo da narrativa. Um dos melhores contos pra mim!

O conto seguinte se intitula O último andar e nos apresenta Tássia, uma importante funcionária dentro de uma multinacional que produzia todo tipo de coisa, de papinha de neném a sabão em pó. O dia que esperava pela moça ia ser cheio, com uma reunião logo cedo, mas os planos de Tássia se desmantelaram assim que ela entrou no elevador com mais três colegas de trabalho. O que aconteceu ali aterrorizou a gerente, tão acostumada a uma rotina programada e imutável, mas o que estava por vir poderia ser ainda pior do que o que ela havia enfrentado. Eu confesso que esse conto é um dos meus queridinhos de todo o livro, ele conseguiu inserir vários temas que eu curto muito em apenas uma história. O final já era esperado, pelo menos por mim, mas ainda assim foi de arrepiar até o último fio de cabelo de qualquer leitor!

No conto Dia do Touro, que segue o livro, tudo gira em torno de uma piada. Sim, isso mesmo: uma piada. O protagonista é um universitário que mora numa república com outros seis garotos no momento em que a Febre Vermelha atinge a cidade de Maringá, onde eles vivem. Tudo muda a partir de então e os garotos são obrigados a encontrarem um modo de sobreviver nesse novo mundo, e o jeito que eles encontram não é nada convencional. Esse é um conto bem curto, mas bastante denso. Ele faz o leitor refletir bastante sobre todos os aspectos do universo contemporâneo e o quanto a falta deles impactaria nas nossas vidas cotidianas, além de abordar um dilema ético bastante contundente quando o assunto é sobrevivência.

Assassinato em Maragogi é o conto que segue a coletânea e nos apresenta a um policial militar, Silveira. Depois de auxiliar em uma tragédia ocorrida em um cargueiro que deixou vários mortos, o protagonista estava em busca de um descanso na casa de seu irmão Breno e da cunhada Paty. Algo o estava incomodando desde o início da viagem, no entanto, algo que viria à tona quando todos menos esperassem, mostrando que a tragédia anterior havia deixado marcas bem maiores do que apenas as memórias. Esse foi um conto que eu li bastante rápido e, apesar de o final não ser imprevisível, mais uma vez eu me peguei chocada com a precisão e detalhamento das descrições do autor. Tudo ganha ainda mais vida a partir das palavras dele, e eu acho isso ótimo, mas bem aterrorizante, só pra constar!

Kasulo é um conto fora da curva, em todos os aspectos possíveis. A cena inicial nos apresenta a protagonista, Júlia, em um dia normal de trabalho. Os instantes seguintes seguem a rotina da garota até uma catástrofe acontecer e ela precisar lutar pela sua vida. Nesse momento somos levados novamente à cena inicial, e tudo parece igual até que o desenrolar do dia da menina fica completamente diferente. Paralelamente, tudo termina exatamente igual. Essa cena inicial se repete algumas vezes, e eu achei essa escolha de narração o máximo, porque mostra ao leitor todas as possibilidades de construção de uma história. Mesmo que elas compartilhem o mesmo final, é impressionante ver a capacidade criativa do autor em ação. Confesso que terminei o conto chocada!

O último conto, O diário de Pietro, na realidade tem um formato diferente de todos os outros: ele é constituído por diários. Diários escritos por Pietro Giovannini, um capitão do Exército Brasileiro destacado para uma missão especial e super confidencial nas ilhas de Trindade e Martim Vaz. Ao longo do conto, acompanhamos a trajetória desse protagonista: desde a descoberta enorme que ele acaba fazendo, até sua perplexidade diante dela, para enfim chegarmos ao fatídico dia em que tudo deu errado pra todos nas ilhas. O mais interessante desse conto é que ele praticamente explica ao leitor o início de tudo, de toda a epidemia mas, em contrapartida, é o enredo que fecha o livro. Achei essa escolha bastante acertada do autor. Ao longo das histórias, o leitor fica à vontade pra formular todas as teorias possíveis sobre essa doença: sua origem, sua possível causa, se existe ou não uma cura. Só chegando ao final dos contos é que entendemos, implicitamente, como tudo chegou onde chegou. E, confesso, o final foi muito satisfatório, na minha opinião, e o conto que fecha o livro não poderia ser outro!

Antes de terminar a resenha, eu preciso falar pra vocês sobre essa diagramação. Eu li o livro no aplicativo do Kindle para celular, e mesmo assim achei a fonte muito confortável à leitura. Além disso, além da ilustração divina da capa, todo início de capítulo acompanhar um desenho que segue o mesmo padrão da capa e que resume, mais ou menos, o enredo do conto que vamos ler a seguir. Essas ilustrações são neutras, dando destaque aos pontos em vermelho que existem em todas elas (bastante sugestivo quando falamos de histórias de criaturas canibais, certo?). Isso, além de dar um charme a mais ao livro, torna ainda mais ricos os contos, cuja linguagem verbal se juntas às ilustrações pra construir um sentido complexo e próprio.

Eu li essa coletânea com um sorriso no rosto desde a primeira página. Eu sei que é estranho falar isso, porque em vários momentos das histórias nada motivava felicidade, mas na verdade meu sorriso teve outro motivo: eu conheci mais um universo fantástico criado por um autor brasileiro super talentoso, e pra mim nada pode ser mais reconfortante e encantador que isso. Se você curte os nossos bons e velhos amigos zumbis, se quer entender como é adentrar um mundo dominado por essas criaturinhas famintas e nada amigáveis, pode chegar porque é sucesso na certa! Até a próxima postagem e uma boa viagem nos livros a todos vocês!

[DIVULGAÇÃO] Vampiresa - J. Modesto

12 dezembro 2018

Olá, viajantes!

Estou em falta com o blog mais uma vez, mas é por conta do meu mestrado, que anda ocupando todo meu tempo. Assim que as coisas se normalizarem por aqui voltarei ao meu ritmo normal de leitura e poderei trazer resenhas mais frequentes aqui para o nosso cantinho. Espero que vocês tenham paciência comigo.

Enquanto isso não acontece, venho trazer para vocês mais uma novidade do nosso autor parceiro, J. Modesto: conheçam Vampiresa, lançamento do escritor!

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TÍTULO: Vampiresa
ANO DE LANÇAMENTO: 2018
COMPRAR
SINOPSE: Amor! Por ele, uma Condessa foi levada a se tornar uma criatura das trevas. E, em meio a essa sua nova existência, transformou-se uma predadora fria e cruel. Contudo, séculos depois, a condessa se depara com alguém muito mais poderoso, que, munido de sua Katana e de venenosas estrelas de prata, vem dizimando os inimigos naturais de sua raça, e, agora, volta sua atenção para os de sua espécie. Mas aquele antigo sentimento, que custara sua humanidade, retorna com toda a força, ditando o relacionamento confuso entre os oponentes. Vampiresa é uma eletrizante aventura, que passa pelo Japão feudal, visitando a Idade Média, e chegando aos nossos dias. Imperdível!

Se interessou pelo livro? Abaixo vocês encontram um trechinho dele para aguçar ainda mais a curiosidade!


"A silhueta de um ser humanóide, agachada a sua frente, pareceu se agigantar, e seus olhos amarelados se destacaram em meio as sombras. Sua forma meio humana meio lupina ficou evidente, quando ele se ergueu, colocando-se de pé sobre as patas traseiras. Com um passo à frente, se colocou sob um facho de luz, vindo da iluminação pública, tornando-o completamente visível. Um rosnado forte e assustador saiu de sua garganta, e os lábios negros recuaram, deixando expostos os pontiagudos dentes, enquanto a saliva viscosa escorria por sua mandíbula, gotejando em direção ao asfalto. Seu tamanho facilmente atingiu dois metros de altura, acentuando ainda mais seu aspecto assustador e sua agressividade. Sem alternativa, que não o confronto, a vampira preparou-se para se defender, retribuindo a expressão ameaçadora."

Sobre o autor: J. MODESTO é um dos Ícones da Literatura Fantástica Nacional. Formado Arquiteto e Urbanista, pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, abandonou suas pranchetas para enveredar pela ficção. Dentre suas influências está seu maior ídolo, H. P. Lovecraft, seguido de nomes importantes como Bram Stoker, Stephen King, Anne Rice, Mary Shelley e Edgar Allan Poe. Seu romance de estreia foi TREVAS (2006), que teve uma grande aceitação do público. É também autor de Anhangá – A fúria do demônio (2008), destaque da Editora na Bienal Internacional do Livro de São Paulo 2008, Vampiro de Schopenhauer (2012) e Joelma – Antes da escuridão (2014). Participou, junto com outros renomados autores nacionais, das coletâneas Amor vampiro (2008), Anjos rebeldes (2011) e Livro do medo (2012). Vampiresa é seu quinto romance publicado. 

Eu confesso que, como amo história com esses seres noturnos, tô bem ansiosa pra ler o livro. Alguém mais no meu time? Até a próxima postagem, e boa viagem pelos livros a vocês!

[PRIMEIRAS IMPRESSÕES] Silhuetas na Penumbra - Rafael Sales

03 agosto 2018


Olá, viajantes dos livros! Prontos pra mais uma primeira impressão?
Silhuetas na Penumbra – Semente de Âmbar é um livro de fantasia nacional, novo lançamento da editora Pendragon. A editora mantém uma parceria bem legal com alguns blogs e disponibiliza para eles o primeiro capítulo dos seus novos títulos, para a realização das primeiras impressões. Nós aqui do Livros Viajantes fazemos parte desse projeto e são os comentários sobre o livro de Rafael Sales que eu venho trazer hoje a vocês, nossos viajantes.

TÍTULO: Silhuetas na Penumbra - Semente de Âmbar
AUTOR: Rafael Sales
EDITORA: Pendragon
ANO DE LANÇAMENTO: 2018
COMPRAR
SINOPSE:
Há milênios a humanidade é usada como peça de uma guerra oculta. De um lado, forças angelicais lutam para defender a Criação, enquanto legiões demoníacas arquitetam planos para reinar sobre a dimensão dos mortais. Entre as duas forças, as entidades de Fantás’ya tentam preservar o equilíbrio, mas o empate entre Ordem e Caos reviveu uma promessa já esquecida. Após anos em um orfanato, Elisa é adotada por uma renomada artista plástica e vê sua vida mudar ao chegar em uma cidade repleta de mistérios e mansões. A estreia do espetáculo circense desencadeia acontecimentos que levam a garota descobrir que existem verdades escondidas em seus pesadelos corriqueiros. O destino de inúmeras vidas estará em uma única escolha. Série premiada na categoria “Contadores de Histórias” do Wattys 2017.
Silhuetas na Penumbra nos apresenta a Elisa, uma garota órfã, que passou a maior parte da infância em um orfanato, até ser adotada por uma artista plástica muito famosa, Nuelly Adágio. Desde que isso aconteceu, a vida de Elisa foi agitada: devido às exposições e ao próprio trabalho de sua nova “mãe”, as duas viajavam muito, não ficando muito tempo em apenas um lugar. Por isso a garota não estava animada para construir amizades ao chegar na nova cidade. Menos empolgada ainda estava com o fato de ser novamente a caloura na escola. Elisa tem tudo para ser mais uma adolescente normal e cheia de dúvidas, se não fossem por seus pesadelos frequentes e assustadores, que parecem ficar cada vez mais reais. Confusa com sua nova vida e atormentada por essas visões amedrontadoras, a jovem tenta seguir normalmente sua rotina. Qual não é sua surpresa ao se deparar com duas figuras destoantes logo em seu primeiro dia de aula, duas figuras que ela já conhecia de seus pesadelos e que a deixaram já em estado de alerta. Assustada, Elisa não consegue parar de se perguntar como isso é realmente possível, ao mesmo tempo em que tenta se convencer, em vão, de que tudo isso não passa de uma mera ilusão de sua mente já perturbada.

Uma das coisas que eu mais curto em primeiras impressões é que elas te dão uma dimensão bastante coesa da história que está por vir, apesar das poucas páginas que compõem a degustação. Em Silhuetas na Penumbra, isso acontece de uma forma ainda mais arrebatadora: logo nas primeiras cenas, somos transportados aos sonhos de Elisa, com toda a sua velocidade, intensidade e assustadora realidade. Essa pequena cena que descreve esse pesadelo da protagonista dá o tom (eu espero) para o restante do livro: nebuloso, misterioso e inevitavelmente arrebatador.

A história é contada em terceira pessoa e, dessa maneira, temos uma dimensão maior e mais privilegiada dos sentimentos e ações das personagens. Além de Elisa, nos são introduzidos seus novos amigos (Laura, Camy, Aleksandra, Jeane e Martin), Sueli e Carlos, os funcionários da mansão de Nuelly Adágio, e mais alguns nomes que, ao meu ver, terão grande destaque no decorrer do livro. Entre eles destaco Dominus, um rapaz lindo e cheio de mistério que se aproxima de Elisa, causando arrepios instantâneos na garota, além de um tremendo desconforto; Joshua e Stark, as duas figuras tão parecidas com os homens dos pesadelos da protagonista, que, junto a Killa, formam um trio não apenas diferente de todos naquela escola, mas também enigmático e intimidador; e Diana, que pra mim foi uma das personagens mais difíceis de compreender ao longo desse fragmento da obra, visto que aparece em apenas uma pequena parte dele. Apesar disso, pode-se entender facilmente que Diana é uma das participantes desse outro mundo que habita em paralelo com aquele que conhecemos, um mundo permeado por fantasia, imaginação, seres místicos e poderosos e uma disputa que ameaça o futuro de todos.

Todas as personagens foram apenas introduzidas neste trecho selecionado da obra, portanto acredito que elas ainda tenham muito a crescer e se desenvolver ao longo da narrativa. Algo que fica claro, desde o início, é que todas elas serão construídas de forma bastante sólida e concreta, tendo papel fundamental para o desfecho da trama. Independente de eu já elencar algumas delas como figuras secundárias no enredo, acho que todas contribuirão de forma significativa em algum ponto, cumprindo funções e papeis de suma importância durante o desenrolar da história.

Por ser um livro de fantasia, que mistura tantos seres já conhecidos e amados por nós leitores, Silhuetas na Penumbra inicia com grandes vantagens. Depois dessas primeiras páginas, é possível perceber com clareza a dimensão gigantesca que o autor pretende dar ao seu enredo e a quantidade enorme de fatos, espaços, cenários e implicações que essa trama vai gerar. O universo ainda tem muito para ser explorado e eu confesso que, como amante desse gênero, fiquei bastante curiosa para desvendar todos os segredos que o livro ainda guarda.

Algo que eu não poderia deixar de mencionar nestas primeiras impressões, e que já fica claro logo pela capa, é a qualidade do trabalho da editora. A diagramação interna do livro, cheia de arabescos que remetem à história e ao mundo criado pelo autor, a capa detalhada e tão minuciosamente pensada, a revisão satisfatória do texto até chegar ao leitor, tudo isso demonstra carinho, cuidado e atenção não apenas com o público que vai consumir o livro, mas também com o próprio autor e com o livro que chega até nossas mãos. Demonstra que ele foi pensado e organizado com o maior amor do mundo e isso dá ainda mais vontade de mergulhar de cabeça na leitura.

Se vocês ficaram interessados e querem adquirir também o seu exemplar de Silhuetas na Penumbra, saibam que ele já está à venda no site da editora e para acessar o link de compra diretamente é só clicar aqui ou no na palavra COMPRAR escrita bem gigantescamente pra vocês lá perto das informações como título e sinopse. Depois de lerem não esqueçam de vir me contar o que acharam, combinado? Até a próxima postagem, viajantes!

[DIVULGAÇÃO] Joelma: antes da escuridão - J. Modesto

12 julho 2018

Olá, viajantes!

Hoje é dia de divulgação e eu venho apresentar pra vocês mais um livro do nosso autor parceiro J. Modesto. Desta vez, história e ficção se misturam para criar um enredo eletrizante que vai prender o leitor do início ao fim!

Tragédia do edifício Joelma é revisitada em ficção

JOELMA
TÍTULO: Joelma - Antes da escuridão
AUTOR: J. Modesto
EDITORA: Livrus
ANO DE LANÇAMENTO: 2014
NÚMERO DE PÁGINAS: 272 páginas
ISBN: 978-85-8360-017-6
COMPRAR
SINOPSE:
 Em 1974, uma das mais modernas e imponentes construções da cidade de São Paulo ardeu em chamas, num dos mais traumáticos incêndios de que se tem notícia. As chamas teriam supostamente começado, de forma misteriosa, em um aparelho de ar condicionado. Espalharam-se rapidamente, vitimando centenas de pessoas, e provocando mais de 190 mortes. A fama de edifício amaldiçoado perdurou desde então, mas o que poucos sabem é que sua aura, que impregnou suas paredes de concreto, teve início muito tempo antes. Conheça, agora, os fatos que deram origem ao chamado Enigma do Edifício Joelma. A maior Lenda Urbana da capital paulista.
Em 1974, o Brasil sofreu uma de suas maiores tragédias com o incêndio do edifício Joelma, supostamente iniciado em um ar condicionado. Mas o terreno do prédio já é amaldiçoado há tempos. É partindo deste pressuposto que J. Modesto mistura ficção e realidade em Joelma: Antes da Escuridão, thriller de tirar o fôlego publicado pela editora Livrus.

Neste livro o autor explora a origem da lenda que envolve de um edifício que foi construído sobre um terreno que foi cenário um triplo homicídio, que ficou conhecido na época como “Crime do Poço”. Cerca de trinta anos antes do incêndio no edifício Joelma, seres malignos provenientes do inferno querem dominar a Terra. Para isso, precisam que Paulo construa um poço, ao passo em que devem combater dois padres, uma freira, um delegado e Gilberto, poderoso médium, que farão de tudo para livrar a Terra deste mal.

"Padre Antônio não tinha tempo a perder. Precisava fazer com que o Bispo o recebesse, mas a autoridade eclesiástica parecia evitá-lo. Passando pela sacristia, não deu atenção a nada nem ninguém que encontrou pelo caminho. Seu objetivo principal era apanhar alguns documentos e gravações que fizera da pequena Marina e levar até seu superior na tentativa de convencê-lo de que a menina realmente estava possuída por um demônio, precisando desesperadamente de um exorcismo."

As histórias de todos são cruzadas, desde o delegado Afonso, que deve encarar um criminoso que parece não ter medo da Lei e, ao mesmo tempo, proteger sua família, até Paulo, professor meio perturbado e que não suporta suas irmãs e mãe. J. Modesto consegue unir todas estas teias de história em uma só, criando uma onda de grande suspense e terror. O livro conta com uma belíssima capa que ilustra a ficção criada por Modesto. Dentro da obra há ainda uma ilustração do demônio que se manifesta na história e fotos reais na contracapa que se ligam à trama.

Em Joelma – Antes da Escuridão, J. Modesto leva o leitor ao ápice da imaginação. O autor vai na contramão dos livros tradicionais, que relatam acontecimentos, e explora os elementos da ficção e do terror, utilizando locais e dados reais, sem pretensão de apresentar fatos que inocentem ou culpem os envolvidos nos episódios verídicos que aconteceram no final da década de 1940.

E aí, curiosos? Eu estou, com certeza! Em breve trago pra vocês a resenha com as minhas impressões desse e de outros livros do autor, é só aguardar. Até a próxima postagem, viajantes!

[RESENHA] Trevas - J. Modesto

10 julho 2018

Olá, pessoas! Hoje é dia de resenha e eu venho apresentar pra vocês mais um livro recebido em parceria com o autor J. Modesto. Trevas é um livro de J. Modesto, cheio de ação, aventuras e criaturas sobrenaturais. Neste post vocês vão conhecer as minhas impressões sobre a leitura e um pouco mais da história do livro. 

Trevas

TÍTULO: Trevas
AUTOR: J. Modesto
EDITORA: Giz Editorial
NÚMERO DE PÁGINAS: 288 páginas
COMPRAR
SINOPSE: O Sol ardente contribuía para irradiar a luz própria das igrejas da Cidade do Vaticano. Cenário ideal para uma misteriosa conversa entre o Cardeal Giglio e Sua Santidade, o Papa. Diante de um secreto dossiê, o Papa dá carta branca ao cardeal, para combater o Mal com o Mal. Perante tal contexto, não se iluda o leitor que está diante de uma mera ficção religiosa. O autor, J. Modesto reuniu neste livro suas diversas cenas de terror e suspense, e que, de forma inteligente contextualizou-as no submundo do tráfico de entorpecentes de São Paulo e Rio de Janeiro. Lugar no qual o bem e o mal, o certo e o errado, confrontam-se diariamente, mas do que se possa imaginar. Com esta mistura engenhosa de realidade e ficção, o leitor se depara freqüentemente com a dúvida do que é ou não real.

    

Paulo é um homem destemido e persistente, movido por um desejo de vingança muito grande, desde que perdeu sua família em um ataque, promovido pela máfia que controla todas as esferas de poder em São Paulo. Munido de um disfarce e muita coragem, o homem tenta a todo custo prejudicar os negócios dos bandidos e eliminar quantos criminosos for possível. Samuel Macuco é o grande chefe do crime organizado e nenhuma decisão será acatada se não passar por ele, o que faz de Macuco, portanto, o alvo principal de nosso vingador mascarado. Acontece que seus ataques à rede já foram detectados por Samuel, que agora não medirá esforços para destruir o principal motivo da crise em seus “negócios”.

Giuseppe Giglio é um cardeal que serve diretamente ao Papa no Vaticano. Pela importância de sua função e pela lealdade demonstrada, ele foi o encarregado de uma missão fundamental para a manutenção da paz e da ordem dentro da Igreja e entre o povo: encontrar e extinguir um demônio há muito tempo aprisionado dentro de uma Pedra Elemental, que agora perambula pelo nosso país em busca de domínio, poder e destruição. Para esta tarefa, a Igreja uniu-se a um aliado pouco ortodoxo e nada previsível: o vampiro Jean, maior inimigo e oponente do monstro. Juntos, Giglio e Jean travam uma árdua procura pelo demônio, para então mandá-lo de volta para o lugar do qual ele nunca deveria ter saído.

Trevas foi uma das leituras mais gostosas que eu fiz nos últimos tempos. Encontrei vários pontos dentro da narrativa que me chamaram atenção e um deles foi a escrita do autor. Leve e fluida, a forma de narrar de J. Modesto tem o poder de colocar o leitor dentro da trama, como uma personagem efetiva do elenco. O mais interessante é que as informações não são dadas ao público como um todo: ao longo da narração, o leitor age como um caçador em busca de pistas, que juntas formam o quebra-cabeça a ser montado para a construção do enredo. Dessa maneira, nós, que estamos acompanhando a história, descobrimos tudo ao mesmo tempo que as personagens, o que possibilita vários sentimentos distintos durante a leitura: surpresa, tristeza, raiva, compaixão, angústia, medo, todas essas sensações passam das páginas para a vida real, e fica difícil largar o livro antes de saber o que realmente acontece no desfecho da narrativa. A linguagem acessível utilizada pelo autor foi um dos aspectos que tornou a leitura ainda mais agradável, dando ao leitor os meios para se inteirar da história das personagens e compreender suas ações, por mais estranhas ou controversas que elas sejam.

É importante ressaltar que, ao longo da narração de Trevas, J. Modesto nos apresenta a várias personagens, cujas histórias se desenrolam ao mesmo tempo. O livro é narrado inteiramente em terceira pessoa, sendo o narrador o responsável por conduzir o leitor dentro desses enredos paralelos que compõem o livro. Esse foi um aspecto que me confundiu no início, mas conforme a leitura avança, tudo se encaixa em seu devido lugar e o público consegue definir a trajetória particular de cada protagonista. Eu particularmente achei uma jogada muito inteligente do autor construir essa verdadeira teia de narrativas distintas, principalmente porque ele conseguiu algo muito difícil de se fazer: todas as histórias, em algum momento, se entrelaçam e fazem sentido juntas, dando ao livro uma complexidade e riqueza ainda maiores.

Na minha opinião, apesar de não estar explicitamente dividido dessa maneira, o livro tem duas partes bastante distintas: na primeira, o autor se dedica a apresentar ao leitor as personagens, suas motivações e objetivos e o cenário que envolve a narrativa. Obviamente, esta parcela introdutória do livro é bastante descritiva e não contempla muita ação. Já na segunda metade da narração, com o leitor já inteirado sobre todos os aspectos importantes do enredo, a leitura flui ainda mais rápido e os acontecimentos se sobrepõem uns aos outros, deixando pouco tempo para que o público respire entre uma ação e outra. Acredito que essa suposta divisão foi uma escolha acertada do autor. Ela permite ao leitor entender as atitudes das personagens e conhecê-las mais profundamente, bem como ao mundo ao qual elas pertencem.

Outro fator que não poder passar despercebido nessa resenha é o fato de Trevas ser um livro com diversos protagonistas. O elenco de personagens é relativamente grande, e eu confesso que não consegui classificar nenhum deles como secundário. Todos, na minha opinião, têm um papel bastante definido dentro das tramas do livro e um porquê de estar ali. Isso foi o que mais me conquistou neles. J. Modesto construiu todos de maneira bastante transparente e ao mesmo tempo muito complexa: Paulo é um jovem que não consegue superar a perda da família e todo esse rancor pelos responsáveis é o que o torna implacável. Mas, junto dessa suposta inteligência invencível, existe uma obsessão que move suas ações e determina seu destino, o que o deixa, de alguma maneira, preso a essas pessoas que tanto despreza. Samuel Macuco é um líder nato, mas também exigente, que não perdoa falhas e não tolera ser desobedecido. Seus capangas pagam com a vida qualquer erro que cometem e Macuco não tem medo de usar seu poder para conseguir o que quer e levantar ainda mais seu império. Macuco é uma personagem bastante dúbia para mim, uma vez que, apesar de odiá-lo por muitos motivos, por muitas atitudes cruéis e sádicas que ele toma, ao longo do livro conhecemos sua história, e fica difícil não sentir um resquício de compaixão por ele. 

Giglio nos é apresentado como um homem de fé inabalável, capaz de qualquer coisa para proteger a Igreja que ele tanto defende. Inteligente e culto, a personagem se vê constantemente em um conflito interno por conta da aliança que precisou fazer para cumprir a missão que lhe foi dada, aliança essa que vai contra todos os princípios que aprendeu ao longo da vida como cardeal. Jean, ao contrário, é uma personagem extremamente carismática e, diferente da maioria dos vampiros, não muito misteriosa: tudo que ele deseja é exterminar o demônio que já tirou tanta coisa de sua vida, e ele não vai medir esforços e muito menos deixar os escrúpulos atrapalharem nesta vingança. Suas falas carregadas de ironia e sarcasmo rendem bons momentos ao longo do livro. Maria é uma voluntária na Igreja onde Paulo se refugiou por algum tempo após um embate com os criminosos que persegue, e acaba se tornando uma das personagens mais cativantes de todo o elenco. Valente e decidida, a mocinha está longe de ser uma das donzelas em perigo que costumamos encontrar: ela sabe muito bem se defender e cuidar de si mesma, apesar de seus momentos de medo e receio. Bondosa e perspicaz, se transforma em uma figura indispensável ao desfecho da narrativa.

Um dos aspectos que eu mais curti ao longo do livro foi a mistura que o autor fez entre ficção e realidade em sua narrativa. Ao mesmo tempo em que temos criaturas sobrenaturais que só existem dentro de livros fictícios, temos também datas, espaços e acontecimentos que realmente fazem parte do nosso mundo e que são facilmente reconhecidos por nós ao longo da leitura. Essa fusão entre dois elementos tão contrastantes e, paradoxalmente, tão complementares entre si é a grande responsável pela veracidade intrínseca à história. Em união às personagens extremamente críveis, com defeitos e qualidades com as quais o leitor pode facilmente se identificar, a junção entre o real e o ilusório dá o tom verossímil do livro, enriquecendo ainda mais uma trama já bastante trabalhada e pensada em seus mínimos detalhes.

Com relação à diagramação do livro, eu gostei muito do trabalho feito. A capa nos remete bastante a um livro de fantasia, que é o principal gênero utilizado pelo autor para a construção desta narrativa. As páginas são amareladas e a letra tem um tamanho agradável, o que colabora no processo de leitura rápida e fluida. Se tiver que apontar um possível defeito no livro, seria alguns erros de pontuação que encontrei no decorrer da leitura, mas isso não foi sério a ponto de prejudicar a história em parte alguma.

Trevas é um livro que vai agradar a muitos tipos de leitores: se você curte perseguições, muita ação e um esquema de mocinho e bandido em combate, esse é o livro pra você; se quiser fantasia, criaturas lendárias e batalhas, esse é também o livro pra você; e se desejar aventuras, cheias de adrenalina e momentos tensos e decisivos, esse é, ainda mais, um livro indicado pra você. J. Modesto conseguiu, em poucas páginas, mostrar o valor de um trabalho de pesquisa bem feito, de uma preocupação em juntar todas as pontas da sua história e de dedicar-se para envolver e entreter o leitor. O resultado foi uma narrativa instigante, apesar de simples, que prende do início ao fim. 

E vocês, já conheciam o autor ou o livro? Me contem tudo nos comentários! Até a próxima, viajantes!

[DIVULGAÇÃO + ENTREVISTA] Autor J. Modesto

10 maio 2018

Olá, viajantes!

Como vocês já sabem, teremos entrevista e divulgação do nosso autor parceiro J. Modesto todo mês, pra apresentar as obras para os nossos leitores. Em breve vocês vão conferir as resenhas de todas elas, mas enquanto isso não acontece que tal se inteira sobre o universo de mais um dos títulos publicados pelo escritor? Conheçam agora Anhangá - A Fúria do Demônio!

Anhangá - A Fúria do Demônio

TÍTULO: Anhangá - A Fúria do Demônio
AUTOR: J. Modesto
EDITORA: Giz Editorial
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SINOPSE: 300 anos antes do descobrimento, um naufrágio no litoral brasileiro traz para o mundo ainda não explorado um demônio que logo será conhecido pelos nativos como Anhangá. Um feiticeiro mouro, único sobrevivente da tripulação da nau que trouxe o demônio aprisionado, um poderoso pajé e guerreiros de tribos rivais formam uma aliança para derrotar a criatura, sabendo que a morte os aguarda!

Crenças indígenas e folclore são inspirações para livro nacional 
Anhangá se passa 300 anos antes do descobrimento do Brasil.

Em busca de recordar a riqueza cultural do Brasil antes mesmo dessas terras serem descobertas e receberem este nome, o escritor J Modesto mergulhou em pesquisas sobre os índios, leu sobre Padre José de Anchieta e sobre os Tupinambás e estudou a gramática de Tupi-Guarani para construir o livro Anhangá – A fúria do demônio.

Inspirado pelo ilustríssimo Monteiro Lobato, Modesto quis escrever uma história mais adulta com as lendas do folclore nacional que até então haviam sido exploradas com o público infantil. 
No livro, uma caravela que traz consigo uma carga maléfica naufraga na costa de um mundo ainda inexplorado deixando livre um demônio poderoso que irá transformar um paraíso tropical num inferno sobre a terra. Para deter o ser maligno, um poderoso Pajé, juntamente com um feiticeiro mouro (único sobrevivente do naufrágio) e guerreiros Tupiniquins se unem para combater o demônio.

Uma das características adotadas para tornar a história um pouco mais adulta foi mesclar ficção com dados históricos. E o autor J Modesto conta a experiência: “Foi bem difícil, principalmente porque tive que alinhar a imaginação com fatos e evidências históricas sem descaracterizá-las, o objetivo era criar uma história fictícia que se encaixasse em fatos históricos já conhecidos”.

Publicado pela Giz Editorial, Anhangá é um livro o qual coragem, magia e sobrenatural se misturam. Ação, aventura, terror e suspense mostram suas garras nesta trama que narra uma batalha épica em um Brasil ainda por nascer.

Querem saber ainda mais sobre o livro? Fiquem com as palavras do próprio autor, na entrevista que ele concedeu ao blog!

1) Qual o enredo do livro?

O enredo é basicamente a lute entre o bem e o mal, e há a união de forças entre antagonistas para combater um mal ainda maior.

2) De onde surgiu a ideia para a história?

A ideia do enredo de Anhangá surgiu da vontade que tinha de escrever alguma coisa sobre o folclore brasileiro, mas sob uma perspectiva adulta. Como não quis escrever novamente sobre vampiros, decidi por em pratica o projeto de Anhangá.

3) O cenário da narrativa é mais uma vez brasileiro, e sabemos o quanto você, como autor, valoriza isso. Apesar disso, esse é um livro que envolve a história do país. Isso envolveu muita pesquisa, como se desenvolveu essa parte da trama?

As pesquisas duraram mais de oito meses e o texto foi reescrito várias vezes. A maior dificuldade foram as pesquisas, principalmente sobre os nossos índios. Encontrei um material escrito por Florestan Fernandes que discorria sobre a organização social dos Tupinambás e penso que poderíamos ter mais informações sobre esses povos. Com várias alterações, o livro teve 11 versões até ser concluído.

4) Um ponto bastante interessante nesse título, na minha opinião, é que ele não tem apenas um protagonista. Além disso, um dos elementos principais é um demônio, um ser mítico e envolvido por muitas lendas. Como aconteceu a criação desse personagem?

Bem, deixe-me ver como vou responder sua pergunta sem dar spoilers.  Anhangá, apesar de não ser um demônio na mitologia indígena, mas sim um dos seus deuses, que foi erroneamente equiparado ao diabo, pelos jesuítas, não carrega o mal como ele é concebido pela igreja. Então tive que resolver isso de uma forma criativa. Como fiz isso, bem, aí vão ter que ler o livro, rs.

5) Para você, qual foi a parte mais difícil da escrita deste livro, em especial?

Ele todo, por diversos motivos, dentre os quais já revelei alguns: A falta de informação sobre a vida e organização dos indígenas, lendas indígenas descritas de forma sucinta e simplória e dificuldades de encontrar coisas sobre a língua Tupi-Guarani. Some-se a isso a dificuldade de utilizar uma narrativa semelhante a feita em Trevas, tendo que me ater a uma mais clássica e focar na aventura.

6) Qual a grande diferença (se ela existe) entre Anhangá – A Fúria do Demônio e os outros títulos escritos por você?

É, de longe, o mais brasileiro de todos.

7) Esse é um livro que mistura diversos elementos culturais e históricos da trajetória do Brasil. Como foi lidar com outras culturas, das quais não temos tanto conhecimento quanto desejado, dentro do livro?

Foi bem difícil, principalmente porque tive que alinhar a imaginação com fatos e evidências históricas sem descaracterizá-las. O objetivo era criar uma história fictícia que se encaixasse em fatos históricos conhecidos. 

8) Existiu uma parte em que você mais se divertiu ou se emocionou na escrita do livro? Se sim, qual foi?

Sim, a batalha final entre o demônio e os deuses, que se aliaram aos protagonistas (Iara e Curupira). 

9) O que o público pode esperar de Anhangá – A Fúria do Demônio?

Uma nova visão sobre os índios e suas crenças, se divertindo com uma história genuinamente brasileira e, quem sabe, sentir um pouquinho mais de amor pelo nosso país, que está precisando muito.

10) Deixe uma mensagem aos leitores.

Agradeço a todos a oportunidade e espero encontrar os leitores, fãs ou não, para um bate-papo, assim que possível. Um grande abraço!

Curiosos? Eu estou! Não vejo a hora de ler o livro e vir correndo contar tudo pra vocês (sem spoilers, claro!). Até a próxima, viajantes!

[RESENHA] As Mãos de Jacó - J. Modesto

16 abril 2018

Olá, viajantes!

Eu não sei se vocês compartilham da minha opinião, mas eu curto muito os contos. Eles são rápidos, intensos e bastante instigantes, acabam nos conquistando em poucas palavras. E a resenha de hoje é exatamente de um conto, escrito pelo nosso mais novo escritor parceiro, J. Modesto. Confiram as minhas impressões sobre As Mãos de Jacó!

As Mãos de Jacó

TÍTULO: As Mãos de Jacó
AUTOR: J. Modesto
EDITORA: Dragonfly
NÚMERO DE PÁGINAS: 60 páginas
SINOPSE: Todos nós escondemos segredos e os guardamos nos espaços mais profundos de nossa alma. Mas o que acontece quando esses segredos chegam ao ponto de nominá-lo, afetando aqueles que ama, e os expondo aos seus demônios?


    

Jacó nasceu em uma família de lavradores, sendo o oitavo de nove irmãos. Desde o início, sua vida nunca foi fácil: com muitas bocas para alimentar, seu pai trabalhava muito e os irmãos o ajudavam. Mesmo assim, as condições de vida não eram boas e as necessidades aumentavam. Em algum momento da vida, Jacó desenvolveu verdadeira fascinação por um órgão do corpo humano: as mãos. E foi essa obsessão que o levou a especializar-se nesse assunto e abrir seu próprio consultório, alcançando relativo sucesso. Ao longo do tempo, porém, essa obsessão escapa ao controle e passar a conduzir os atos de Jacó, transformando sua vida completamente.

As Mãos de Jacó é considerado um conto, apesar de eu caracterizá-lo mais como novela (muito longa pra ser conto, muito curta pra ser romance). Por conta da extensão menor do que na maioria dos livros que trago aqui pra vocês, vou me ater aos destalhes técnicos. Se eu falar muito do enredo possa dar algum spoiler indesejado e estragar a leitura de vocês, e não é isso que eu quero.

Contado através de cartas escritas pelo próprio Jacó a um remetente específico, a história se desenrola bem rapidamente. Na minha opinião, as cartas são sempre uma boa escolha pra narração em primeira pessoa, porque dão mais individualidade à narrativa, como se estivéssemos mesmo ouvindo aquela história da boca do narrador. Além disso, elas nos dão a possibilidade de conhecer o narrador ainda mais a fundo, sabendo o que ele pensa, sente ou a forma como age frente às diferentes situações que aparecem.

Quanto às personagens, elas nos são apresentadas de maneira bastante direta e sem rodeios, o que é relativamente normal dentro deste gênero. Além do protagonista, poucas delas tem um maior aprofundamento psicológico, físico ou moral e nas poucas vezes em que isso acontece é a visão do narrador que prevalece. Apenas ele fala durante toda a narrativa, o que restringe, de alguma forma, o restante das personagens e o próprio leitor, que acaba ficando apenas com os apontamentos do narrador sobre os fatos, ou seja, a perspectiva aqui não é totalmente imparcial. Precisamos levar em conta, no entanto, que esse é uma recorrência bastante comum quando se trata de narração em primeira pessoa.

Jacó é um protagonista bastante incomum, na minha opinião. Extremamente objetivo e racional, ele tem uma dificuldade grande em se relacionar com o sexo oposto, o que acaba por gerar alguns boatos maldosos acerca de sua figura. Por outro lado, temos uma outra face da personagem, que é descontrolada e entregue aos impulsos, e que aos poucos vai ficando evidente, conforme avançamos na leitura. É interessante perceber que essas duas facetas convivem dentro de uma mesma pessoa, ao mesmo tempo e pacificamente. Ao menor desequilíbrio, tragédias acontecem, e essa é a frágil linha na qual o protagonista se equilibra: dentro de sua objetividade, ele precisar manter-se são e focado em não perder o controle, ou pelo menos não deixar que as pessoas saibam que esse controla é praticamente impossível de existir.

Tudo acontece muito rápido na narrativa e sim, eu sei que eu já disse isso muitas vezes ao longo dessa resenha. Eu acho importante frisar esse ponto, no entanto, porque é algo que realmente chama a atenção, algo que não passa despercebido, principalmente para leitores acostumados com longos desfechos e enredos complexos. O que temos aqui é uma história relativamente simples, mas que trata da essência do ser humano, das suas vontades mais profundas e dos seus impulsos mais emergentes. Na minha opinião, essa é a verdadeira sacada do autor: ele traz à tona reflexões acerca do próprio ser humano e nos leva em uma viagem interior não apenas do protagonista, mas de nós mesmos, nos desafiando em diversas situações, fazendo-nos reconsiderar conceitos e valores. Está aí a principal função dessa leitura, se é que ela precisa de uma.

Ao mesmo tempo, a narração é fluida e envolvente, tu simplesmente não vê as páginas passarem, e como elas são poucas, em questão de horas a leitura está terminada. É interessante, porém, observar o contraste entre a quantidade diminuta de páginas e a densidade da história. Os temas tratados são interessantes, mas exigem do leitor atenção e perspicácia, ao mesmo tempo em que a forma leve como o narrador conduz a história, bem como o formato de cartas, dão ao conto uma sutileza que quase engana quanto ao seu potencial. 

Um dos únicos pontos menos positivos pra mim foi o desfecho do conto. Não pela rapidez com que acontece, porque acho que o autor soube muito bem preparar o terreno pra isso e não deixa pontas soltas: tudo é explicado no decorrer do conto, basta estar atento. Em compensação, essa mesma atenção acaba te entregando o final da narrativa cedo demais, e é aqui que está o meu problema: as coisas se tornaram previsíveis pra mim. Estou acostumada ao gênero, é verdade, e talvez por isso o ocorrido, mas esse fato acabou fazendo com que eu não surpreendesse com o final.

Independente disso, dei cinco estrelas ao conto porque acho que ele cumpre satisfatoriamente o que promete: uma história sobre obsessão e loucura, uma linha tênue que vamos entender ao longo de As Mãos de Jacó. Recomendo a leitura a todos vocês, viajantes! Até a próxima postagem!

[ENTREVISTA] Autor J. Modesto

26 março 2018

Olá, viajantes!

Como vocês viram no post anterior, o blog firmou parceria com mais um autor nacional, J. Modesto, e estamos muito felizes com isso. A cada mês vocês terão uma obra do autor resenhada aqui no LV, então fiquem ligados! Antes da resenha, é interessante que vocês conheçam não só a obra a ser lida no respectivo mês, mas também um pouco de como foi o processo de escrita desse livro para o autor. Assim, nossos viajantes tem a oportunidade de conhecer mais a fundo o título do qual estamos falando e o próprio escritor. Vamos, então, começar a viagem!

Autor se inspira em cinema e super-heróis para escrever terror

Trevas mistura realidade e ficção e resgata o mito do vampiro. O livro Trevas narra a história de um embate de forças antagônicas e se destaca pelo modo como essa luta é feita. Os personagens se unem para enfrentar um mal maior e o texto é trabalhado em um formato para parecer que o leitor está assistindo a um filme. Escrita por J Modesto e publicada pela Giz Editorial, a obra foi lançada em 2006 e registrou sucesso de vendas no lançamento.

Para escrever Trevas, o autor se inspirou em suas experiências e também realizou pesquisas para construir esse livro. Para o autor este livro traz muito de sua essência e de seu gosto por HQs, histórias policiais e de terror. Nessa história Modesto passa a mensagem de que a vingança contra algo ou alguém pode existir, mas que isso trará consequências. Uma trama que prende o leitor do início ao fim e possui personagens bem construídos e que instigam a vontade de ler.

Livro: Trevas
Autor: J Modesto
Editora: Giz Editorial
Gênero: Terror
Ano:  2006
ISBN:  8599822241
Encadernação: Brochura
Páginas:  288
Link para compra
Sinopse:
 O Sol ardente contribuía para irradiar a luz própria das igrejas da Cidade do Vaticano. Cenário ideal para uma misteriosa conversa entre o Cardeal Giglio e Sua Santidade, o Papa. Diante de um secreto dossiê, o Papa dá carta branca ao cardeal, para combater o Mal com o Mal. Perante tal contexto, não se iluda o leitor que está diante de uma mera ficção religiosa. O autor, J. Modesto reuniu neste livro suas diversas cenas de terror e suspense, e que, de forma inteligente contextualizou-as no submundo do tráfico de entorpecentes de São Paulo e Rio de Janeiro. Lugar no qual o bem e o mal, o certo e o errado, confrontam-se diariamente, mas do que se possa imaginar. Com esta mistura engenhosa de realidade e ficção, o leitor se depara frequentemente com a dúvida do que é ou não real.
Para aquele leitor curioso (que eu sei que no fundo todos somos), o autor J. Modesto gentilmente aceitou responder uma entrevista sobre a obra em questão, que vocês conferem na íntegra aqui embaixo.

1. Antes de falarmos sobre a obra, poderia fazer uma pequena apresentação aos leitores que ainda não conhecem sua escrita?

Claro! Sou Arquiteto e Urbanista, formado pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, pós-graduado em Gestão Empresarial, palestrante, administrador de empresas há quase 35 anos e adoro literatura. Tenho como meus inspiradores escritores como Bram Stoker, Edgard Allan Poe, Stephen King, Clive Baker e o mestre dos mestres H. P. Lovecraft. Sou fã ardoroso de cinema e HQs.

2. Com relação à vontade de se tornar escritor, em que momento ela surgiu? Como se desenvolveu?

Gosto de escrever desde minha juventude. Tomei gosto pela leitura lendo os gibis da Turma da Mônica, e desde então não parei mais, evoluindo para as HQs da DC/Marvel e livros. Tive várias fases, indo desde literatura policial (Agatha Christie, Edgar Wallace, etc), passando por livros de aventura, em especiais aqueles que tinham como pano de fundo as artes marciais (James Olsen, James Clavel, etc), ficção cientifica (Issac Asimov) e tantas outras, até chegar ao terror. De um leitor ávido, passei a rabiscar alguns contos, até minha estreia, em 2006, com o Trevas.

3. Trevas foi sua primeira obra publicada. Qual foi o ponto de partida para a criação do livro? Como e quando a história começou a tomar forma?

O Trevas teve origem num pequeno conto, que escrevi na minha adolescência, mas que só foi ganhar corpo muitos anos depois. A narrativa, na verdade, foi inspirada em muitas coisas de que gosto e gostei na época. Pratiquei karatê por muitos anos, e gosto de artes marciais, como também gosto de cinema, literatura policial, HQs, em especial da DC e Marvel e, é claro, terror. Tudo isso o leitor encontrará no livro Trevas, então é difícil dizer o que o inspirou. Na verdade foi um conjunto de coisas e não uma história específica. O que posso te dizer de antemão é que não foi uma história de vampiro. O livro originalmente era sobre demônios, tanto que o título original era “Demônio Elemental”. O vampiro, que depois iria se tornar um dos protagonistas, entrou na história bem depois. 

4. Qual é o enredo de Trevas? De onde surgiu a ideia para ele?

O enredo de Trevas é bastante simples. Narra o embate de forças antagônicas, mas o que o difere dos demais é a forma como isso é feito. O destino acaba colocando personagens antagônicos como aliados para enfrentar um mal maior, personificado em um demônio elemental, que tem o poder de manipular o elemento terra. Todo o texto é escrito de forma a dar a impressão de estar assistindo um filme, possuindo cenas em que o leitor pode ter um breve vislumbre da mesma situação sob a ótica de vários personagens.

5. Quais as maiores dificuldades que você encontrou enquanto estava escrevendo?

A maior dificuldade que encontrei em Trevas  foi a obrigação de manter a coerência e verossimilhança da história. Mesmo sendo uma ficção, ela deve ser coerente. A história fluiu naturalmente, mas a revisão foi um pouco mais demorada, devido a que acabo de relatar.

6. Como os personagens foram construídos? De onde veio a inspiração para eles?

Como já disse antes, a inspiração, tanto para a construção da narrativa, quanto dos personagens, veio de minhas próprias experiências. Todas essas coisas que gosto, e já citei nas outras questões, estão presentes na história e, consequentemente, nos personagens.

7. No que se refere à lenda dos vampiros utilizada, por que a escolha dessas criaturas?

Sou bem tradicional quando se refere a lendas e costumo inovar pouco. Em Trevas o leitor irá encontrar vampiros bem próximos do vampiro clássico. Já a escolha passa por uma questão comercial. A história origina era sobre demônios. Por ser meu livro de estreia, e vampiros ter uma boa aceitação do público, o editor sugeriu que se incluísse um vampiro na história. A princípio ele seria um mero figurante, mas conforme a narrativa foi sendo reescrita, o personagem tomou uma dimensão bem maior do que o esperado e acabou se tornando um dos protagonistas.

8. O cenário da obra é em território brasileiro e traz também um caráter religioso. Isso influencia de alguma maneira na trama em si?

Não. A história poderia acontecer em qualquer parte do mundo, mas por ser brasileiro, quis valorizar o que é nosso. Porque uma história desse tipo não pode acontecer no Brasil? Só se for por puro preconceito, e isso em não tenho. Sou de uma época em que se estudava Educação Moral e Cívica nas escolas, e tenho um carinho muito grande por meu país. Se os grandes escritores narram historias que acontecem em seus respectivos países, por que não posso? Trevas veio para provar que posso e, ainda hoje, é meu título de maior sucesso e vendagem. Estou negociando uma terceira edição, agora pela minha atual casa editorial, a LIVRUS. O próximo passo é buscar alcançar as terras de além mar. Vamos ver se é possível.

9. O que os leitores podem esperar do livro Trevas?

Diversão e muitas surpresas.

10. Deixe um recado para nossos viajantes dos livros.

Antes de mais nada, gostaria de agradecer a oportunidade dada e convidar a todos a mergulhar no mundo fantástico de Trevas. Tenho certeza de que não irão se arrepender. Um grande abraço!

E aí, curtiram a postagem? O LV quer agradecer imensamente ao autor por ter topado essa entrevista, e esperamos que essa parceria renda lindas resenhas pra todos vocês, viajantes! Até a próxima viagem!

[PARCERIA] Autor J. Modesto

06 março 2018

Olá, viajantes dos livros!

A postagem de hoje é bastante especial, porque viemos anunciar mais uma parceria para o blog. Como vocês sabem, apoiar a literatura nacional sempre foi um grande compromisso do LV, e esse é mais um autor de terras brasileiras que entra à bordo para nossa viagem. Quero que vocês conheçam J. Modesto!


J. Modesto é paulistano, nascido em 1966 e formado em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Publicou o primeiro livro, Trevas, em 2006. Já em 2008, participou da antologia Amor Vampiro, junto com outros seis autores. Por conta desta obra ganhou o prêmio Codex de Ouro de melhor antologia em conjunto com os contos Amante Notívago e O Anjo e a Vampira. No mesmo ano lançou Anhangá – A Fúria do Demônio, que foi destaque na Bienal do Livro. Em 2011 o autor participou da coletânea Anjos Rebeldes e em 2012 da coletânea O Livro do Medo. As obras mais recentes do autor são Vampiro de Schopenhauer (2012), Joelma - Antes da escuridão (2014) e Vampiresa (2017). Modesto é fascinado pelos gêneros de terror e suspense, tem entre seus ídolos H.P. Lovecraft, Stephen King, Mary Shelley, Anne Rice e Edgar Allan Poe. Ele também histórias em quadrinhos, cinema e literatura fantástica, vem se tornando um ícone do gênero literário nacional. Em conjunto com outros autores fundou o site Fontes da Ficção.



O Sol ardente contribuía para irradiar a luz própria das igrejas da Cidade do Vaticano. Cenário ideal para uma misteriosa conversa entre o Cardeal Giglio e Sua Santidade, o Papa. Diante de um secreto dossiê, o Papa dá carta branca ao cardeal, para combater o Mal com o Mal. Perante tal contexto, não se iluda o leitor que está diante de uma mera ficção religiosa. O autor, J. Modesto reuniu neste livro suas diversas cenas de terror e suspense, e que, de forma inteligente contextualizou-as no submundo do tráfico de entorpecentes de São Paulo e Rio de Janeiro. Lugar no qual o bem e o mal, o certo e o errado, confrontam-se diariamente, mas do que se possa imaginar. Com esta mistura engenhosa de realidade e ficção, o leitor se depara frequentemente com a dúvida do que é ou não real.


Nos primeiros dias após a fundação da vila de São Paulo de Piratininga, o Padre Jesuíta José de Anchieta tenta acalmar um indiozinho aflito que se escondera no pequeno barracão do colégio. O medo do maléfico demônio Anhangá é o motivo do pavor do menino de pele avermelhada. Com todo o carisma que possuí, o jesuíta acolhe o pequenino enquanto a natureza, lá fora, demonstra toda a sua fúria através de uma tempestade que castiga impiedosamente a vila, sem saberem que o Mal está bem próximo. 




Até as suas convicções irão mudar! Arthur Schopenhauer foi um dos maiores filósofos alemães do século XIX. Seu pensamento era caracterizado por não encaixar-se em nenhum dos grandes sistemas de sua época. Ele introduziu o Budismo e o pensamento indiano na metafísica alemã. Ficou conhecido por seu pessimismo e sua visão sobre a Morte, a Imortalidade e o Divino, mexendo com os alicerces da Filosofia da época. Agora, imagine esse homem ranzinza e pouco sociável, no auge de sua fama e pouco tempo antes de sua morte, encontrando-se com um ser Imortal, com séculos de existência, avesso ao divino, cuja própria existência coloca em xeque os fundamentos de tudo que ele acredita.




Em 1974, uma das mais modernas e imponentes construções da cidade de São Paulo ardeu em chamas, num dos mais traumáticos incêndios de que se tem notícia. As chamas teriam supostamente começado, de forma misteriosa, em um aparelho de ar condicionado. Se espalharam rapidamente, vitimando centenas de pessoas, e provocando mais de 190 mortes. A fama de edifício amaldiçoado perdurou desde então, mas o que poucos sabem é que sua aura, que impregnou suas paredes de concreto, teve início muito tempo antes. Conheça, agora, os fatos que deram origem ao chamado Enigma do Edifício Joelma. A maior Lenda Urbana da capital paulista. 




Amor! Por ele, uma Condessa foi levada a se tornar uma criatura das trevas. E, em meio a essa sua nova existência, transformou-se uma predadora fria e cruel. Contudo, séculos depois, a condessa se depara com alguém muito mais poderoso, que, munido de sua Katana e de venenosas estrelas de prata, vem dizimando os inimigos naturais de sua raça, e, agora, volta sua atenção para os de sua espécie. Mas aquele antigo sentimento, que custara sua humanidade, retorna com toda a força, ditando o relacionamento confuso entre os oponentes. VAMPIRESA é uma eletrizante aventura, que passa pelo Japão feudal, visitando a Idade Média, e chegando aos nossos dias. Imperdível!

Minha relação com os vampiros, como alguns de vocês já sabem, vem desde muito cedo. Eu me interesso muito pela criatura, pelas lendas em torno dela, e por isso estou bem ansiosa pra conhecer as histórias desses livros. Agradeço ao autor pela confiança em nosso trabalho!

E vocês, já conheciam a obra do autor? Me contem tudo nos comentários! Até a próxima postagem, viajantes!