Como quem acompanha o blog já sabe, a nossa primeira parceria com autores foi feita recentemente, e não poderia ter sido melhor. Mari é uma fofa, super simpática, e mandou o livro para resenha com uma agilidade incrível, tanto é que hoje eu já trago para vocês as minhas impressões sobre essa história, que acabou por me conquistar. Vamos conferir?
TÍTULO: Híbrida
AUTOR: Mari Scotti
EDITORA: Novo Século
NÚMERO DE PÁGINAS: 360 páginas
SINOPSE: Por toda vida Ellene teve a sensação de ser diferente de seus irmãos e dos moradores de sua vila, pois não adquiriu características de lobisomem como era esperado, e afastava-se cada vez mais desta natureza. Com um espírito rebelde, resolve desvendar o passado em busca de sua verdadeira origem. O que não planejava era entrar no meio de uma rixa entre vampiros, a raça que aprendeu a temer e odiar desde menina. Para piorar, seus pesadelos voltaram: sonhos com um homem misterioso de olhos ameaçadores, envolvido por uma densa neblina. Há quase cem anos a rainha dos vampiros fora sequestrada e seu marido, Milosh, desde então busca incessantemente encontrá-la. O tempo é escasso e as autoridades do Conselho desejam eleger um rei omisso e cruel em seu lugar. Na tentativa de tardar a mudança, ele se une a maior inimiga da rainha. Qualquer erro pode condená-lo a morte e subjugar todos os seus iguais. Ellene e Milosh mal sabem que o que buscam os colocará frente a frente, em uma trama de intrigas, poder, amor e ódio.
"E se em suas veias corresse o sangue do seu maior inimigo?"
Recentemente, firmei parceria com a autora nacional Mari Scotti (beijo, Mari ♥), e antes mesmo de ter o resultado da seleção confirmado, já torcia para que tudo desse certo, porque eu estava mesmo interessada na sinopse do livro. Mais que isso: eu estava ansiosa para lê-lo. Sabia antes mesmo de ele chegar até mim que não ia me decepcionar, e foi exatamente isso que aconteceu.
Ellene é uma adolescente de dezessete anos, nada normal. Sua vida toda, ela foi criada em uma aldeia de lobisomens, e acha que essa é sua verdadeira natureza. Porém, ela sente-se deslocada e completamente diferente das pessoas ao seu redor, já que ainda não adquirira suas características de lobisomem, como era esperado dela. Ela não conseguia conformar-se com isso, e sentia que algo estava errado. Quando, por acaso, descobriu ser adotada, percebeu nas suas verdadeiras origens uma oportunidade para entender o porquê de ela ser tão distinta daqueles que viviam ao seu redor. Milosh é um vampiro poderoso, guardião e marido da rainha dos vampiros Elizabeth, seu primeiro e único amor. Ele vê seu mundo vir abaixo quando a mulher que ama, e a qual mantém os seres da noite controlados através de leis e punições, para que eles não cheguem a barbárie, é sequestrada. Quase um século depois, ele continua sua busca, sem sucesso, e com mais pressa do que nunca, já que será preciso escolher outro governante ao completar cem anos do desaparecimento de Elizabeth. Desorientado, ele só tem a ligação telepática para comprovar que sua amada ainda está viva, e mesmo essa conexão já começa a ficar rareada. Em uma dessas conversas por pensamento, Elizabeth pede a ele que encontre sua filha, o que faz Milosh pensar que ela não se encontra no seu juízo perfeito, já que mestiços (como são chamados filhos de vampiros com outros seres sobrenaturais) são completamente inaceitos em seu mundo. A partir de toda essa confusão, as vidas de Ellene e Milosh ligam-se por coincidência e capricho do destino, e eles terão de enfrentar seus maiores medos para realmente chegarem a solução de seus problemas. Depois de uma vida inteira sendo ensinada que vampiros são cruéis e inimigos, será que Ellene conseguirá entender que, agora, eles são seus maiores aliados?
Ellene foi uma personagem com a qual me afeiçoei logo de cara. Ela é decidida, irônica e ama sua família acima de tudo. Me identifiquei muito com a personalidade dela, e por isso foi fácil para mim me conectar à personagem. Além disso, o sentimento de ser diferente que ela carrega consigo traz todo um charme a sua aura, e é praticamente impossível não querer adentrar nesse mistério que há em torno da garota. Milosh é um homem honrado e leal, que não mede esforços para proteger seu povo e a mulher a quem ama. Completamente devotado a rainha, seu amor, ele vive culpando-se por não ter sido capaz de protegê-la. E eu realmente não achei suas lamentações cansativas como sempre reclamo (Mari, você é um gênio!), mas aprendi a admirá-las. É difícil para qualquer um de nós perder a pessoa que amamos bem na nossa frente, que foi o que aconteceu com ele, mas o mais complicado é não desistir da busca por esse amor quando ela se torna quase improvável. Milosh é atento e dedicado a encontrar Elizabeth, e isso me fez admirá-lo imensamente.
Heidy é uma garota complicada. Apaixonada por Milosh desde que o conheceu, ela não aceita que ele não seja seu, e faz tudo o que pode (e também o que não deve) para tê-lo ao seu lado. Senti muita raiva de seu temperamento explosivo e mimado durante a narrativa, mas confesso que, conforme a história evoluía, senti certa compaixão por ela. É terrível amar alguém e não ser correspondido, apesar de eu achar que isso não justifica as escolhas que ela tomou. Mas consegui compreender um pouco o lado dela da história, depois de muito relevar. Tomás, preciso admitir, foi um dos personagens menos empolgantes da narrativa para mim. Ele faz par romântico com Ellene, mas os dois não tem a menor chance de dar certo, já que são de mundos completamente distintos. Tomás ignora isso completamente, e você pode até considerar que isso seja romântico e fofo da parte dele, mas ao mesmo tempo que ama Ellene a esse ponto, o mocinho se rende ao charme de Carolina, uma antiga paixão. Me desculpe, querido, mas indecisão nesse quesito não é aceitável, ok? Seja um lobo monogâmico, por favor! Além disso, ele também é bem explosivo, e, quando descobre as verdadeiras origens de Ellene, não sabe se fica ao lado dela ou se enche-se de ira por ela ser o que é. Não gostei dele, me perdoe, Mari! Há alguns outros personagens muito interessantes na narrativa, e por isso mesmo eu senti uma certa falta de mais informações sobre eles, mais participação deles na trama, como por exemplo os pais de Ellene, seu irmão Jacó e até mesmo Carolina. Isso não diminuiu em nenhum momento a maestria da narração, mas eu sou muito curiosa e apegada aos detalhes, então geralmente preciso me inteirar sobre tudo e todos.
A diagramação do livro, nas páginas, é bem simples, e é desse jeito mesmo que eu mais gosto. Creio que uma diagramação não pode chamar mais a atenção do que o próprio conteúdo do livro, e a importância disso ficou evidente pra mim nesse livro: eu perderia uma história maravilhosa me concentrando demais aos detalhes editoriais. Adorei o trabalho que a Novo Século fez na capa do livro. Detalhada, ela é envernizada, e o título é em relevo, o que eu gosto bastante, pois as sensações são uma das melhores coisas em livros físicos: quanto mais, melhor! As folhas são amareladas, e a fonte é agradável à leitura. Não tenho do que reclamar quanto aos erros de digitação ou correção, pois não os encontrei.
Obrigada, Mari, por todos os mimos, pela didecatória emocionante e verdadeira e por me dar a oportunidade e o privilégio de dividir esse sonho contigo, e conhecer esses personagens tão marcantes e incríveis que a tua imaginação criou.
A vocês, que leram até aqui (eu sei que falo demais), minha dica final é a de quem deem uma chance a esse livro. Tenho absoluta certeza que vocês irão se apaixonar pela história tanto quanto eu, torcer e sofrer pelos personagens como eu. Mari é uma escritora de mão cheia, e merece o reconhecimento e a sua atenção ao livro. Não vai haver arrependimento, eu garanto. Até a próxima postagem!
Beijos ♥