A resenha de hoje vai falar sobre Os Três Casos, do autor Tiago Moura, cortesia mandada pela editora parceira Chiado!
TÍTULO: Os Três Casos
AUTOR: Tiago Moura
EDITORA: Chiado
NÚMERO DE PÁGINAS: 189 páginas
SINOPSE: As luzes apagaram-se. As portas estavam fechadas. Estavam dentro de uma nuvem, e por isso não se via nada. Ouviram-se gritos. Ouviu-se um grito ainda mais forte. Ouviu-se o som seco de um corpo caindo no chão. E depois não se ouviu mais nada.
Este foi um livro que o blog recebeu em parceria com a Chiado Editora, e eu confesso que quando solicitei, devido a premissa que ele possuía, tinha expectativas bastante elevadas com relação a ele. Infelizmente, isso pode ter acabado influenciando minha leitura, e eu não consegui encontrar dentro do livro o que ele prometia na sinopse.
Aqui vamos conhecer Mack McMillan, um detetive conhecido internacionalmente por todos os casos solucionados e desvendados por ele. Este exótico "Sherlock", acompanhado de seu fiel escudeiro Mr. Marson, depara-se, neste título, com três casos complexos e singulares, que ele precisa desmistificar e chegar a um culpado.
O livro é dividido em três partes, cada um delas contando um dos três casos que o detetive resolverá neste título. Gostei dessa forma de organização, acredito que ela torne o diálogo e a compreensão do leitor mais fácil, além de dar um bom andamento no livro.
Até aqui tudo ótimo, a história começa a decair já no seu enredo. Primeiro, com relação ao personagem principal, McMillan, não foi caiu nas minhas graças. Eu não consegui me conectar ou ganhar empatia para com ele, e isso influenciou de maneira significativa o meu olhar sobre a história. Egocêntrico, convencido, o detetive pensa que o mundo deve girar ao seu redor, acha-se superior aos meros mortais que contratam seus serviços, e sempre que é criticado vê isso da pior forma possível. Não é exatamente o melhor tipo de pessoa do mundo, e para falar a verdade, eu não vi todas as qualidades que ele enxerga em si mesmo.
Os casos também não tiveram aquelas sacadas geniais que o gênero geralmente propõe. Dá para perceber que o autor se inspira muito nos livros cujo protagonista é Sherlock Holmes, até existem diversos elementos comuns entre as duas obras. Porém, as comparações param por aí, porque a trama aqui não é complexa, intrincada ou envolvente como nos títulos de Doyle. Tudo acontece rápido demais, e sem nenhum motivo aparente, tornando os crimes supérfluos e seus motivos ainda mais incompreensíveis.
A dinâmica que o autor usa para narração é bastante repetitiva, e apesar de mostrar todos os passos da investigação, até o sucesso de McMillan, isso acaba ficando monótono logo depois da primeira parte. É sempre o mesmo esquema: o crime acontece, é narrado, logo depois são descritos os interrogatórios de todas as possíveis testemunhas (lê-se suspeitos), e então, como por mágica, o detetive encaixa todas as pistas, que ele guarda só para si, e nos apresenta a solução do caso. Eu acredito que isso deixa o leitor completamente apático e à parte na história, não conseguindo prendê-lo ou fazê-lo interagir com as pistas e os próprios crimes a serem desvendados, característica que eu mais gosto dentro do gênero investigativo. Aqui isso não acontece, e esse foi um dos pontos que mais me decepcionou no enredo.
Com relação aos personagens coadjuvantes, eu achei sua construção bastante superficial, é como se eles estivessem ali apenas para suprir o cenário, dar volume ao elenco, ou então servirem como meros suspeitos dentro do enredo. Não possuem ação que realmente faça diferença dentro do enredo, e eu vi eles como completamente dispensáveis.
A voz do narrador foi algo que não me incomodou, mas também não me empolgou em nenhum momento. Ele não interfere na história, e ele está ali simplesmente para nos contar aos fatos, como um espectador, como nós mesmo acompanhando o desenrolar dos casos e das investigações.
A diagramação da editora foi um dos pontos fortes do livro. As páginas são amareladas, a capa é muito bonita e coerente com a história, e eu não encontrei erros de revisão, além de ter sido utilizada uma fonte mediana e agradável à leitura.
Infelizmente, não foi um livro que tenha me agradado. Mesmo assim, eu acredito que cada um de vocês que se interessarem por ele devem dar uma chance ao título, pois podem acabar tendo opiniões e impressões diferentes ou contrárias às minhas. Além do mais, leituras são sempre proveitosas, de um jeito ou de outro, cabe a nós descobrirmos esses lados nas histórias!
Até a próxima postagem! Beijos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário