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[RESENHA] A Cor da Coragem - Julian Kulski

29 janeiro 2017

Hey, pessoas!

O post de hoje traz para vocês as impressões de um livro cedido para resenha em parceria com a editora Valentina, um livro que me emocionou e escandalizou em muitos momentos. Conheçam A Cor da Coragem, de Julian Kulski.

A Cor Da Coragem
TÍTULO: A Cor da Coragem
AUTOR: Julian Kulski
EDITORA: Valentina
NÚMERO DE PÁGINAS: 416 páginas
SINOPSE: "Afinal, o que fica para um homem, além da sua honra… e da coragem de viver por ela?" Julian Kulski Em 1º de setembro de 1939, a Alemanha invade a Polônia. É o início da Segunda Guerra Mundial. Em poucos dias, Varsóvia se rende aos alemães, soldados poloneses depõem suas armas, a cidade já é um amontoado de escombros. Julian Kulski é um menino polonês de apenas 10 anos de idade. Filho do vice-prefeito de Varsóvia, escoteiro ousado e entusiástico, ele tem a firme convicção de que deverá lutar contra o Invasor. A cor da coragem é o diário de Julian Kulski, a história de seu amadurecimento durante os cinco anos da brutal ocupação alemã. Diferentemente do diário de Anne Frank, narrado a partir da sua clausura no esconderijo de um prédio em Amsterdã, o de Julian Kulski se passa nas ruas de Varsóvia, no front, no combate cara a cara com o inimigo, no infame Gueto onde se encontram seres humanos famintos, desesperados e doentes à mercê de todo tipo de tortura, do enforcamento, do fuzilamento, da câmara de gás... "Este diário, escrito com o coração e pela mão de um adolescente, nos proporciona uma visão única e comovente da Segunda Guerra Mundial". - Lech Walesa, Prêmio Nobel da Paz

    

Como foi uma das maiores atrocidades já cometidas pela humanidade, acredito que muitos de vocês leitores já tenham tido contato, em algum momento da vida, com leituras sobre a Segunda Guerra Mundial, mais precisamente sobre o nazismo e sua crueldade. A Cor da Coragem é o diário de um sobrevivente da guerra, um garoto polonês que lutou no exército de resistência polonês contra todas as barbáries alemãs em seu país. Muitos de vocês, depois dessa informação, logo lembrarão de Anne Frank, cujo relato acabou mundialmente conhecido. Porém, o livro de Julian Kulski tem um diferencial definitivo: o autor não é perseguido por sua crença ou raça, mas sim por seus ideais, pela luta que empreendeu em prol da liberdade e independência perdidas por seu povo.

O relato aqui é extremamente realista e não poupa detalhes. Dividido por ano, ele conta com perspicácia todos os eventos marcantes da vida do autor, desde o início da guerra, passando pela invasão da Polônia, pela entrada do garoto na luta pela resistência polonesa, até chegar efetivamente ao fim de tudo. Ao longo da narrativa, somos surpreendidos por cenas perversas, que nos chocam e emocionam, bem como por episódios de coragem e bravura que nos inspiram e fazem crer no ser humano um pouco mais. Todas as informações são extremamente datadas e cheias de referências, o que acaba por exigir uma leitura atenta e cuidadosa. 

O tema do livro em si é delicado e permeado por muita sensibilidade. E o autor compreende isso, transportando essas sensações para sua narração. Ao mesmo tempo, não poupa o leitor de nenhum ponto indispensável para a compreensão de seus pensamentos, ideais e ações. Somos literalmente levados a encarar a situação junto do adolescente que precisa enfrentar a guerra, as fugas, as prisões, as perdas e tudo que vem com o evento. É por conta dessa capacidade do autor de narrar de maneira tão palpável e real todos os acontecimentos deste período que o livro nos traz tantas emoções e sentimentos à tona. A realidade enfrentada por aquele povo nos comove, e é impossível ficar imune à crueldade e às injustiças que permeiam as páginas, assim como também não passa despercebido o lado guerreiro e espirituoso daquele povo, que acredita sempre em si e em seus valores.

Como o livro é narrado em primeira pessoa, temos a visão do autor sobre todo e qualquer acontecimento. Na maioria das vezes, essa visão é totalmente parcial, e conduz o julgamento do leitor, o que acaba por ser bastante comum em livros autobiográficos. Em alguns dos episódios, no entanto, essa parcialidade não acontece, e o leitor fica livre para tirar suas próprias conclusões, inclusive sobre o desfecho de pessoas e situações narradas. Acredito que esse equilíbrio tenha fortalecido a obra, por nos dar a oportunidade de conhecer não só a personalidade e o pensamento do autor perante os mais diversos episódios, como também chegarmos nós mesmos a determinados juízos de valor sobre fatos narrados.

Todo o relato é permeado por fotos reais que tem relação direta com o que está sendo contado no momento em que a imagem aparece, e muitas delas são bastante chocantes, causando arrepios e compaixão. Ao mesmo tempo, as pessoas, lugares e datas também não nos são ocultados, dando um aspecto ainda mais real ao enredo e aos relatos. As referências históricas são latentes e constantes, e muitas vezes eu precisei recorrer aos conhecimentos prévios para ter a total compreensão do que de fato estava acontecendo e em que momento. A linguagem do autor é simples, mas carregada de emoção, e isso passa para o leitor já na primeira linha. As notas do autor, bem como as informações que ele nos dá antes mesmo de iniciarmos a leitura são de fundamental importância para um entendimento inteiro do livro.

A diagramação do livro é bastante bonita e delicada ao mesmo tempo, e a editora apostou mesmo na simplicidade, dando poucos detalhes adicionais às páginas, deixando a escrita prevalecer e ganhar destaque. Acredito que essa seja sempre a melhor escolha, afinal, o que realmente interessa num livro é a história que nos está sendo contada. Não encontrei erros de revisão, e creio que eles teriam passado despercebidos por mim num livro como esse, que me prendeu do início ao fim.

A leitura de A Cor da Coragem me proporcionou momentos bastante inesquecíveis: ao mesmo tempo em que me fez chorar diversas vezes e deixou meu coração apertado e tenso, conseguiu restituir minha fé nos valores e na força de um povo unido por uma causa, cheio de garra e vontade de lutar pelo que acredita. Forte, intenso e cruelmente real, é um dos raros livros que nos marcam e que sempre acabam deixando algo deles conosco, mesmo depois que a última página já foi lida. Não conhecemos apenas o lado sádico e cheio de maldade do ser humano, mas também sua força, sua coragem, sua capacidade de se reerguer e de se compadecer daqueles que precisam de nós.

E vocês, o que pensam sobre o livro? Sentiram curiosidade? Me contem nos comentários! Até a próxima postagem! Beijos! 😗😗

[DIVULGAÇÃO] Lançamentos da Editora Valentina

25 janeiro 2017

Hey, pessoas!

O post de hoje vem apresentar pra vocês os dois próximos lançamentos da nossa parceira, editora Valentina. Vocês com certeza vão curtir, então acompanhem aqui comigo!



Título: A Garota do Cemitério – Os Impostores
Autor: Charlaine Harris, Christopher Golden
Ilustração: Don Kramer
Site
Sinopse: Ela adotou o nome Calexa Rose Dunhill, inspirada numa lápide do sombrio ambiente em que acordou, ferida e apavorada, sem qualquer lembrança de sua identidade, de quem a jogou lá para morrer ou mesmo do porquê. Fez do cemitério o seu lar, vivendo escondida numa cripta. Mas Calexa não pode se esconder dos mortos – e, quando descobre que possui a estranha capacidade de ver as almas se desprenderem de seus corpos... Então, certa noite, Calexa presencia um grupo de jovens praticando uma sinistra magia. Horrorizada, testemunha o ato insano que eles cometem. Quando o espírito da vítima abandona o corpo, ele entra em Calexa, atormentando sua mente com visões e lembranças que parecem não ser dela. Agora, Calexa deve tomar uma decisão: continuar escondida para se proteger – afinal, alguém acredita que ela está morta – ou sair das sombras para trazer justiça ao angustiado espírito que foi até ela em busca de ajuda?

Sobre os autores:

Charlaine Harris, autora número 1 da lista de best-sellers do New York Times, publica romances nos gêneros mistério e fantasia há mais de trinta anos. A famosa série da HBO, True Blood, é baseada nos livros de Sookie Stackhouse. O sucesso de ambos fez dela uma das palestrantes mais requisitadas em convenções como a Comic-Con International, à qual foi convidada em 2010. Charlaine vive no sul dos EUA, onde sempre morou. Visite CharlaineHarris.com.

Christopher Golden é autor dos romances de Peter Octavian, best-sellers do New York Times, e da série juvenil de suspense Body of Evidence. Em colaboração com Mike Mignola, ele também escreveu dois romances ilustrados, incluindo Baltimore, or, The Steadfast Tin Soldier and the Vampire, que deu origem à série em quadrinhos Baltimore, finalista do Eisner Award. Golden nasceu e foi criado em Massachusetts, onde ainda vive com a família. Visite ChristopherGolden.com.

Don Kramer foi o responsável pela arte e as capas de inúmeros projetos na Marvel e na DC Comics, incluindo os quadrinhos mensais JSA e Detective Comics, protagonizados pelo Batman. Kramer também ilustrou a graphic novel Wonder Woman: Odyssey, que foi best-seller do New York Times. Ele mora em Illinois com seus dois filhos, Logan e Sienna. Visite DonKramerArt.com.


Título: Ó, o Globo!
Autor: Ana Beatriz Manier
Site
Sinopse: Sou um ícone da carioquice, um amigo de infância, dizem até que já sou membro da família. Memória gustativa de 99,9% dos que no Rio de Janeiro vivem, viveram ou viverão. Sou repleto de curiosidades. Estreei por aqui no Aterro do Flamengo, fiz fama em Botafogo. Sou sessentão, mas nem pareço. Sou redondo e farelento, com muito orgulho. Sempre fresquinho, só ando de verde ou vermelho. Tem quem goste de mim bem bronzeado. A maioria me prefere salgado. O mate é meu melhor amigo, somos quase inseparáveis. Adoro praia, estou sempre no Maracanã, não importa qual time esteja em campo. É verdade o que dizem por aí, não circulo por rua pouco movimentada. Embora meus pais tenham raízes espanholas e portuguesas, sem mandioca eu nada seria. Detesto publicidade, “Pra quê?”, pergunto, “Se já sou tão querido!” Metido a iguaria, frequento festas descoladas, mas não perco as infantis, não mesmo. Tenho um parente que vive tentando me imitar, nem ligo. Sou saudável e nutritivo, pode me traçar sem culpa. Uns gostam, outros me adoram. Há até os que me idolatram, é sério (afinal, sou global). Bem, há um ianque que me detesta, lá em Nova York, tá out ele. Minha receita de sucesso? Sou feito com muito amor e carinho.

O livro é tão incrível que a editora fez duas capas lindas, combinando com os sabores dos famosos biscoitos!


Sobre o autor:

Ana Beatriz Manier nasceu em Niterói, residiu sete anos em Pelotas (RS), quando então mudou-se para a serra fluminense. Formada em Administração e Letras, especializou-se em língua inglesa, literaturas de língua portuguesa e tradução, trabalhando desde 2001 como tradutora literária.

Em 2011, decidiu também se tornar escritora. Publicou o livro infantil Astrobeijo (Ed. Cubzac), além de contos e crônicas no blog Autores S/A e na Revista Samizdat, e participou das antologias Poesia.com (Ed. Multifoco) e Contos mínimos (Ed. Penalux). Em 2014, começou o trabalho de biografias de marcas e produtos. Atualmente, divide a vida profissional entre as cidades de Nova Friburgo e Rio de Janeiro. 

Elogios e Citações:

“Já perdi a conta do número de vezes em que o Biscoito Globo me salvou a vida no passado. Na rua, às pressas, entre um compromisso e outro de trabalho e sem tempo para almoçar, era só esticar o braço e aparecia um providencial vendedor – para me dar prazer e mitigar a fome. O incrível do Biscoito Globo é que ele não é gostoso só quando você está com fome. Acho que ele iria bem até no meio de uma feijoada. A outra coisa importante para mim é que, quando volto de alguma viagem – e os que me conhecem sabem que não gosto de sair do Rio –, a melhor maneira de constatar que estou de novo em casa é quando vejo à venda um saco do Biscoito Globo.” - Ruy Castro

E aí, curtiram? Eu achei os dois incrivelmente interessantes e espero poder conferi-los em breve! Me contem suas impressões nos comentários. Beijos! 😘😘

[PARCERIA] Autora Kate Willians

14 janeiro 2017

Hey, pessoas!

O blog tá cheio de notícias maravilhosas, e a parceria com a Kate Willians é uma delas! Hoje eu vim apresentar a vocês essa autora maravilhosa!



Kate Willians é escritora e estudante de letras. Escreveu seu primeiro livro aos 15 anos e o segundo Debaixo das minhas asas, publicou aos 17. Já foi a blogueira responsável pelo Drunk Culture e hoje se dedica apenas a escrita. Tem 21 anos e o seu maior sonho, é encantar as pessoas com suas palavras. A literatura a salvou, e espera um dia conseguir usar a mesma fonte para salvar outras pessoas. É extremamente apaixonada pelo que faz e adora passar o tempo livre com a família e com um pug bagunceiro e totalmente sem noção chamado Bob.



Abby Disilva foi o anjo escolhido pelo Criador para proteger e guardar Alex Le Justice por toda a vida. Teimosa, rebelde e impulsiva, Abby já quebrou muitas regras e perdeu muitas vidas inocentes que poderiam ter sido poupadas, se sua conduta não os tivesse levado para caminhos obscuros. Alex é sua última chance de provar que merece o título de guardiã e finalmente garantir seu lugar aos céus. Mas o que fazer quando após assisti-lo crescer e se transformar num homem honesto e corajoso, Abby se vê perdidamente apaixonada por seu protegido? O que fazer quando a luta pelo amor verdadeiro transforma amigos em inimigos e últimas chances em oportunidades extintas? Uma aventura intensa e conflitante, romântica e sensível que levará o leitor ao paraíso, só para então puxá-lo para as labaredas flamejantes do inferno. Afinal, em meio ao caos, você optaria por salvar quem ama ou por salvar a própria pele?


Não existem heróis, tampouco vilões. Por trás de atos raivosos e atrocidades tenebrosas, há sempre uma verdade triste. Ninguém consegue mascarar a maldade que há dentro de si, por muito tempo. Hunter, O caçador de monstros, conta a história de Nicholas Blanco – um adolescente comum, com objetivos comuns e aparência mais comum ainda – que se depara com uma verdade surpreendente sobre seu passado e a confirmação que pode ser e fazer muito mais do que o que sempre imaginou para o seu futuro. Conta também a história de Ramon Blake, um jovem caçador no passado, que teve o amor de sua vida brutalmente arrancado de si e se deixou dominar pela dor e pelo ódio. Essa é uma história sobre caçadores que descobrem ser tão ou mais horríveis que as próprias criaturas que caçam.


Uma princesa mal humorada. Um príncipe nada encantado e uma fada para lá de atrapalhada. Isso vai terminar em casamento ou em uma grande confusão? O sonho da fada Emily sempre foi ser responsável por um “Felizes para Sempre” e ela está disposta a tudo para realizar seu sonho. A princesa Cate nunca quis o seu “Felizes para Sempre”, mas não está nada conformada com seu destino. Harry não está nem aí para o “Felizes para Sempre”, só quer se livrar da chata da Cate. Quando todos precisam trabalhar juntos para restaurar a ordem no mundo das fadas, o que era importante torna-se insignificante e grandes verdades são reveladas. Tudo com muito humor e diversão.


Em uma sociedade governada por militantes, com um sistema incorruptível, as crianças são isoladas no regimento militar aos sete anos de idade e treinadas para serem soldados. Lá, eles aprendem da forma mais cruel a atirar e a matar, perdendo muito cedo a sua inocência. Depois da Grande Guerra, o mundo passou a ser dividido entre governantes e governados e cada um tem as suas dores, suas mágoas e limitações. E o que nos resta saber é: de qual lado você está? Porque no final das contas, não estamos vestidos para lutar. Assim como nunca estaremos vestidos para morrer.


Agradeço imensamente à Kate pela confiança e oportunidade, e espero que essa seja uma parceria de frutos verdadeiros e que estreite os laços de amizade entre o LV e essa autora linda! E quanto a vocês, aguardem, porque as resenhas vão surgir em breve! Beijos! 😙😙

[RESENHA] A Estranha Mente de Seth - Alana Gabriela

Hey, pessoas!

A resenha de hoje traz para você todo o mistério e personalidade de Seth Richards, em A Estranha Mente de Seth, da nossa autora parceira Alana Gabriela!

A Estranha Mente de Seth

TÍTULO: A Estranha Mente de Seth
AUTOR: Alana Gabriela
EDITORA: Autografia
NÚMERO DE PÁGINAS: 146 páginas
SINOPSE: Em 1914 dá-se início a um conflito de proporções inimagináveis que marcou para sempre a história da humanidade. A I Guerra Mundial. A barbárie e a violência desse embate destruiu uma geração inteira de poetas, artistas, escritores, músicos, de inventores e atletas. Foram mais de 19 milhões de vidas ceifadas, entre soldados e civis. Homens, mulheres e crianças que viram suas vidas e famílias destruídas pelos horrores das bombas, tiros e gases tóxicos. Tudo isso foi resultado de uma série de fatores que colapsaram as estruturas políticas da Europa no Início do Século XX, mas teve como estopim o atentado que levou à morte do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono Austro-húngaro, e sua esposa em 28 de Junho de 1914 em Sarajevo. O homem que o matou chamava-se Gavrilo Princip. Um jovem engajado em uma luta revolucionária e membro do grupo terrorista Mão Negra. Os tiros deflagrados por ele acenderam o pavio de uma bomba que estava prestes a explodir. O que se escondia por trás da mente desse homem? Quais segredos, paranoias ou dilemas ele viveu até aquele momento? Neste livro, Seth Richards, um jovem que em um universo fictício e em um tempo mais recente serve como um espelho do que imaginei como sendo a mente do algoz de Francisco Ferdinando. Dessa forma podemos viajar entre o brilhantismo e a psicopatia desse personagem enigmático e sombrio. Poderemos viver junto com Seth Richards suas dúvidas entre as alucinações e a realidade, entre o conformismo e a revolução, entre o amor platônico e a violência da paixão. Seth R. é um jovem extremista, um pensador que vive entre aulas matinais na faculdade e noites de treino numa sociedade clandestina e assassina em Vojerasa. Seth tem duas obsessões que controla com frieza e paciência: manter Lauren, seu amor platônico e sôfrego, pura para sempre e matar o conde Luendres Marquez. Tudo foi planejado. Ele tem um plano perfeito. O mártir perfeito em quem se apoiar. Seth fará o impensado e causará a Primeira Grande Guerra.

    

A Estranha Mente de Seth nos conta a história de Seth Richards, um garoto aparentemente comum, morador de Kentauk, agora sobre a tirania do governo de Birron, que implementou impostos abusivos, dificultando a vida de todos no povoado.  Mas Seth não é um jovem comum: é um revolucionário. Membro do grupo terrorista Face Negra, segue os preceitos de Antoine Latos, um dos primeiros terroristas do século, e também o maior ídolo de Seth. No livro, acompanhamos a trajetória do garoto até culminar em um ataque contra o governo, suas relações pessoais, os eventos que marcaram sua vida e os pontos altos e baixos dela. Entramos na mente de Seth, para compreender como, do ponto de vista do jovem, conceitos como liberdade, resistência e direitos são importantes à vida.

Em A Estranha Mente de Seth, Alana Gabriela nos dá uma aula de história: todo o enredo foi composto a partir da paixão da autora por eventos históricos marcantes e pela história real de Gavrilo Princip, homem responsável pela morte do arquiduque Franz Ferdinand, acontecimento desencadeador da primeira grande Guerra Mundial. Essas informações só são passadas ao leitor ao fim do livro, e, para um leitor como eu, que até então desconhecia a história, o livro se divide em duas partes: aquela em que eu mergulho na mente de um terrorista fictício, representado pelo personagem Seth Richards, e o momento em que descubro (e me surpreendo) com a forma como a realidade foi inserida dentro da trama, embasando toda a história. O mais interessante é que sim, o livro é envolvente por si só, e as informações finais apenas nos fazem reconhecer a sagacidade e inteligência da autora, capaz de recontar um evento real tornando-o diferente e, ao mesmo tempo, fazer uma fotografia daquilo que realmente aconteceu e nos inserir dentro da própria história.

O protagonista é um dos mais fortes que já conheci. Como o livro é escrito sob a perspectiva dele, temos toda a visão de Seth permeando os acontecimentos narrados, o que realmente abre ao leitor a possibilidade de conhecer e mergulhar ao fundo na mente do jovem. Isso acaba tendo dois resultados: nos conduz a uma narrativa parcial, totalmente contrária ao governo, e nos torna capazes de reconhecer o caráter e a personalidade da personagem profundamente. E eu confesso que a mente de Seth é um labirinto complexo e extremamente interessante: o garoto tem opiniões sobre todos os assuntos possíveis, e não existe espaço em seu cotidiano para conversas fúteis. Todo detalhe de sua narração tem importância, e é preciso uma atenção redobrada para decifrar cada pista que ele deixa nas entrelinhas de suas frases.

O grande tema da narrativa, ao contrário do que parece, não é o governo de Birron ou o terrorismo, mas os próprios valores e conceitos defendidos com afinco por Seth Richards e explicitados ao longo de todo o livro. Esses assuntos giram em torno de diversos eixos: relações interpessoais, liberdade, resistência ao governo, abuso de autoridade, sexo, terrorismo e luta pelos ideais. É por conta dessa diversidade de temáticas que o título se torna denso, extremamente difícil de ler, apesar de conter poucas páginas, mas interessante e envolvente, do início ao fim, por trazer à tona nossa própria reflexão sobre estes aspectos que ainda permeiam nossa vida nos dias de hoje, e mais ainda, mudanças dentro de conceitos que achávamos ser imutáveis.

Seth foi um personagem que me deixou em uma eterna contradição durante e após a leitura. Em muitos momentos eu o achava dramático, radical demais, cheio de mágoa e rancor dentro de seu peito, que descontava nos que tinham algum apreço por ele suas frustrações e angústias. Em outros momentos eu conseguia compreender suas atitudes, apesar de não concordar com todas elas, o via como um jovem corajoso e dispostos a lutar para defender seu povo e seu país de tudo e todos. Ao terminar o livro, não posso dizer que admiro suas convicções, seus valores imutáveis ou suas opiniões que não aceitam contradições, mas respeito sua personalidade forte, seu caráter solidificado e sua força em buscar a justiça e a liberdade. E admiro ainda mais a capacidade da Alana de construir uma personagem tão complexa, difícil e extremamente concreto, com temperamento próprio, capaz de saltar das páginas diretamente para nossa mente.

Este foi um dos poucos livros que li em que poucas personagens se destacam além do protagonista. Temos Oliver, amigo de Seth (na perspectiva de Oliver, claro, porque Seth não acredita nesse tipo de convivência ou sentimento), um jovem desinteressado por política, que vive alienado em seu mundo de festa, futilidades e assuntos superficiais; temos os pais de Seth, que são conformados com a situação em que vivem, apesar de possuírem dificuldades visíveis em manter a família e a casa no contexto político no qual se inserem; temos Mary, a professora de Seth, a mulher que se apaixona pelo nosso protagonista e é responsável por encontrar seus escritos que compõem o livro, a única personagem que foi capaz de compreender Seth, até o ponto possível para uma pessoa comum. Nenhuma destas personagens, no entanto, desvia o foco da trama de Seth, que é realmente o vilão e herói de sua própria história.

Um dos pontos que eu acredito serem indispensáveis a serem citados do livro é a escrita de Alana, que mais uma vez me surpreendeu. A autora não conseguiu apenas transportar a história real para o seu enredo, mas também fixar uma voz para a personagem principal, diferente de todas as outras que conheço e cheia de personalidade, que fala por si só. Esse é um dos aspectos mais difíceis na hora de criar um personagem, e um dos que mais determinam o talento e esforço do autor, na minha opinião.

Com relação a diagramação, o livro chegou até mim no formato digital, mas a fonte foi extremamente agradável à leitura. Cada capítulo é adornado por um trecho de uma canção escrita pelo próprio Seth, que corresponde aos acontecimentos que virão descritos pelas páginas a seguir. A fonte dos títulos de cada uma das partes do livro é diferente da do texto em si, e esse é um detalhe que se sobressai. No quesito revisão, não encontrei erros, o que me deixa sempre extremamente satisfeita.

A Estranha Mente de Seth é um livro inesgotavelmente inteligente, fonte de reflexões acerca de todo e qualquer tipo de assunto. Por isso mesmo, é leitura obrigatória para todos os leitores interessados não apenas em história, mas também em engrandecer-se como pessoas, em todos os aspectos que esse amadurecimento envolve. Alana Gabriela mais uma vez surpreendeu, criando uma narrativa intensa do início ao fim, densa, complexa e cheia de personalidade, emanando força de todas as linhas.

E aí, conhecem o livro? Curtiram a resenha? Me contem tudo nos comentários! Beijos! 😙😙

[RESENHA BOOK TOUR] Panlásia - Janaina Alves

04 janeiro 2017

Hey, pessoas!

Na postagem de hoje vocês conhecerão minhas impressões sobre o livro da autora nacional Janaina Alves, intitulado Panlásia, de cujo Book Tour o LV é participante.

Panlásia

TÍTULO: Panlásia
AUTOR: Janaina Alves
EDITORA: Independente
NÚMERO DE PÁGINAS: 311 páginas
SINOPSE: Um Reino onde nada é o que parece ser. Onde a paz foi conquistada à base de medo e muito sofrimento. Um lugar em que a harmonia não passa de fachada para esconder aqueles que realmente sofrem. Habitantes punidos por descenderem daqueles que foram considerados os vilões de uma guerra em que paz nunca foi o verdadeiro prêmio. Uma história em que o desentendimento de duas irmãs resulta na morte daquele que sustentava a ludibriosa paz, o grande Rei de todo um Reino. A filha mais velha é responsável pela morte do pai, com a intenção de se vingar da irmã, aquela que um dia lhe tirou o que lhe era mais precioso. Agora, ela precisa do poder da Coroa, o único capaz de trazer novamente à sua vida aquilo que mais ama. A filha mais nova, após ser acusada da morte do próprio pai, é banida do Reino, jogada sem remorsos na Cidade da Traição, lar daqueles que cometeram os maiores crimes contra a Coroa. Lugar conhecido por punir com a tortura eterna esses traidores. Quando as máscaras começam a cair, a verdade é finalmente revelada. Um ódio descomunal entre duas irmãs, nascido de uma relação repleta de amor. Um lugar de traições e torturas revela-se o único lugar onde uma princesa pode descobrir o que é o amor, o que é ser parte de uma família. Entre estranhos é que ela encontra dentro de si a força para fazer o que é certo, para tirar a Coroa daquela que um dia tanto amou, mas que a puniu além do que qualquer pessoa mereceria.

    

Panlásia é a Cidade-Mãe do reino de Kandil, dividido ainda em outras quatro cidades irmãs: Prisma, Pelini, Paudar e Beller, esta última conhecida como a Cidade da Traição, para onde são enviados os exilados do rei, por não concordarem com seus valores ou decisões. É em Panlásia que vivem Lavínia, Sara e seu pai, o rei Estevam. Sara é a filha preferida do rei, a mais sensata das irmãs, e é para ela que o rei pretende passar a coroa após sua morte. Mas Lavínia não aceita essa decisão, e em seu íntimo, guarda o desejo de usurpar para si a coroa e o poder sobre todo o reino, e ela está disposta a qualquer coisa para alcançar seu objetivo. Um segredo obscuro guardado a sete chaves e uma irmã capaz de tudo por ambição, é isso que Sara precisará enfrentar para conquistar sua tão sonhada liberdade e o amor que ela nem sabia desejar.

Recebi Panlásia há algum tempo atrás, num Book Tour do livro, e logo me apaixonei pelo cenário e toda a organização que a autora conseguiu imprimir à história. Os detalhes são precisos e tudo é construído de forma extremamente complexa, desde as divisões das cidades até as funções de cada uma das personagens dentro da hierarquia do reino. O sistema de governo é retratado exatamente como deve ser: o rei coordena tudo, toma todas as decisões, e o povo, submisso, precisa aceitar e fazer o que é ordenado pelo soberano. Beller não é apenas uma maneira de punir os rebeldes, mas é também uma forma de controle dos poderosos sobre os súditos, o que corresponde à dominação de uma classe sobre a outra, característica básica de qualquer governo.

Sara é uma protagonista forte e segura de si. Ela faz o possível para ser justa com todos, foi criada para ser uma governanta do povo e procura aprender todas as lições que seu pai tenta lhe passar. Ingênua, a garota não compreende exatamente todas as injustiças que são cometidas por trás das paredes do castelo, e tem em seu pai seu maior herói. O que mais gostei na personagem, no entanto, é a forma como ela aproxima-se de nós, meros mortais: Sara também esconde erros em seu passado, erros estes dos quais ela se arrepende e envergonha, que acabaram por determinar sua relação péssima com a irmã. Dessa forma, a autora consegue tornar a protagonista mais crível e real, saindo do nosso imaginário para que possamos realmente nos identificarmos com ela.

Estevam é o rei de todos os povos, e coordena com autoridade e poderio seus súditos. Imperioso e cheio de si, aparenta ser justo e honrado perante suas filhas, mas na verdade toma atitudes convenientes a seus próprios ideais e objetivos. Seu lado amoroso vem à tona, no entanto, quando se trata de Sara, que ele protege e mima mais do que a Lavínia, visivelmente deixada de lado pelo pai, que, apesar de tentar ao máximo dar atenção e carinho igualitariamente a ambas as garotas, não consegue disfarçar sua preferência. Estevam é uma moeda de dois lados, o bom e o mau, assim como qualquer outro ser humano, e independente de reconhecermos o quão errado ou cruel ele possa ter sido em algumas circunstâncias, não nos sentimos no direito de julgá-lo, talvez por enxergar a nós mesmos em seu caráter ambíguo.

Lavínia é a vilã da história, literalmente. A menina não consegue perdoar sua irmã por uma atitude dela no passado, e é a partir daí que torna-se amarga e cheia de rancor, o que transformar em pedra seu coração. Cruel, vingativa e extremamente inteligente, não mede consequências para alcançar o que deseja, e não se importa em usar as pessoas que a amam como degrau em sua subida. O que sinto depois de ter lido o livro, é que Lavínia não é exatamente ruim: ela está machucada, e não sabe lidar com a dor que sente. Sua dificuldade em perdoar Sara e a incompreensão que sente emanando de seu pai mergulham seu peito em trevas, e ela não consegue enxergar outra alternativa senão externalizar toda a mágoa que guarda em si. Lavínia, na verdade, é apenas uma garota perdida, precisando urgentemente de amor, carinho e atenção (e umas boas palmadas, é verdade).

A família de Laura, Pedro, Guilherme e Daniel aparece de repente na vida de Sara, e acaba tornando-se peça fundamental de sua personalidade. Daniel é seu grande amor, e a relação entre eles é construída de forma gradual: as coisas acontecem aos poucos, os dois vão se conhecendo devagar, e o sentimento cresce no coração dos dois sem que eles nem percebam. Essa é a forma mais bonita de acompanhar um casal, na minha opinião. Guilherme é uma criança extremamente ativa, divertida, esperta e amorosa, e faz a alegria não só da família, mas também do palácio onde Sara reside. O menino nutre um grande afeto por Sara, e com ela não é diferente: a garota o ama profunda e completamente, e faz questão de deixar isso bastante explícito em todas as suas atitudes. Laura e Pedro são o casal mais fofo do livro e o suporte para a família e, posteriormente, os maiores exemplos para Sara. A união e amor que existe entre eles, aliada à cumplicidade sempre aparente e ao grande carinho com que se tratam são realmente inspiradores e conseguem nos arrancar os mais profundos suspiros, nos fazer acreditar no amor verdadeiro e, mais do que isso, desejar uma relação como aquela. Sara e a Família de Pedro protagonizam as cenas mais marcantes do livro, e são parte essencial do sucesso da história. Juntos, eles tornam um ao outro mais fortes e capazes de enfrentar o mundo e todas as provações que vierem dele.

Com relação à diagramação, ela é bastante simples, mas delicada e bonita. No rodapé de todas as páginas existe o símbolo da coroa, junto à numeração. As folhas são brancas, o que cansa um pouco os olhos na hora da leitura, mas o enredo é tão interessante que este detalhe quase passa despercebido. Não encontrei erros de revisão, o que é sempre um ponto positivo para mim.

Conspiração, vingança, traição, amizade, lealdade, amor e responsabilidades são alguns dos temas tratados com muita propriedade ao longo da narrativa. O livro em si é extremamente denso, é necessário atenção para se compreender todas as reviravoltas e detalhes significantes da trama, mas com o desfecho fantástico, toda a exigência vale a pena. Janaina conseguiu realmente criar um complexo cenário, com personagens marcantes, várias lições a serem aprendidas e emoções a serem sentidas. Se você ainda não se aventurou pelas ruas de Panlásia e pelos mistérios de Beller, recomendo que faça isso de imediato!

E vocês, já conheciam o livro? Me contem nos comentários o que acharam da resenha! Beijos! 😙😙

[RESENHA] Aos Olhos de Zoe - Camila Pelegrini

03 janeiro 2017

Hey, pessoas!

A postagem de hoje é especial e conta com uma convidada de honra: a cachorrinha Zoe, que vocês vão conhecer melhor no livro Aos Olhos de Zoe, da autora nacional Camila Pelegrini, estrela da nossa resenha!

Aos Olhos de Zoe

TÍTULO: Aos Olhos de Zoe
AUTOR: Camila Pelegrini
EDITORA: Coerência
NÚMERO DE PÁGINAS: 392 páginas
SINOPSE: O que você acha que seu cachorro diria sobre a sua vida? Como ele contaria sua história? Bem, a sua eu não sei, mas a de Melissa, Zoe revelou perfeitamente. Após ser resgatada da rua, a cachorrinha mais sábia de todos os tempos acompanha a trajetória de sua nova família, relatando a história do fim de um amor e do começo de outro, apontando suas dúvidas sobre os erros humanos e fazendo das menores coisas do dia a dia a sua felicidade infinita.  É mais do que um romance. É um ensaio sobre a amizade, a fidelidade e o amor em sua forma mais pura. É Zoe salvando aqueles que um dia a resgataram. Seja bem vindo à história de uma vida retratada "Aos olhos de Zoe".

     

Zoe é uma linda cachorrinha recolhida por Melissa numa noite de Ano Novo das ruas da cidade. A partir deste momento, o laço de amor e afeto entre as duas só aumenta. Zoe conhece Mel, e sabe o que ela sente e não diz, e o que diz e não sente. Juntas, enfrentam turbulências rotineiras e viradas inquietantes no rumo de suas vidas, que acabam por abalar as estruturas da família que haviam construído. Mas Zoe ensinou uma lição muito importante à Melissa: depois de uma dor muito grande, a calmaria sempre vai ser maior.

Aos Olhos de Zoe é um livro que me conquistou por tratar de um dos assuntos que eu mais amo nesse mundo: cães. O livro, quase que por completo, é narrado pela cachorrinha Zoe e isso torna tudo mais mágico e delicado. A linguagem utilizada pela autora é de fácil compreensão e a Camila teve o cuidado de relatar exatamente todos os detalhes da perspectiva canina, então as sensações, os sentimentos, a visão e as consequências de todos os fatos tiram o leitor da zona de conforto e o obrigam a pensar como Zoe, o que acaba sendo lindo e emocionante.

Zoe é uma das personagens mais carismáticas que eu já conheci. Ela é uma cachorrinha no sentido estrito da palavra: balança o rabo quando está alegre, não perde um passeio por nada, ama profundamente seus donos, apronta (e muito!) nas horas mais inconvenientes e nos faz rir alto e chorar baixinho. Conforme o livro vai avançando, nos envolvemos ainda mais do que inicialmente no relato da cachorrinha, nossa estrela principal, e é ele quem nos conduz pela vida de Mel e por todos os altos e baixos pelos quais ela passa. No decorrer da narrativa, salta aos olhos a principal característica de Zoe: a sabedoria. A cachorrinha nos dá uma verdadeira aula de como encarar a vida, como colorir nossos dias e ser feliz do jeitinho que a vida se apresenta a nós. E são exatamente essas passagens que mais emocionam, além de fazer refletir e repensar conceitos que pareciam inalteráveis em nossas mentes. Zoe penetra nossos corações!

Melissa é uma apaixonada por cachorros (animais no geral, na verdade) e já de início me identifiquei com essa característica. Mas a garota não é apenas isso: ela também é uma pintora talentosa e cheia de vida, que traz alegria e leveza a todos que com ela convivem. Melissa também é batalhadora, decidida e segura de seus pontos fortes e fracos, o que a torna uma lutadora de primeira linha: quando a menina coloca um objetivo na cabeça, ela vai conseguir vê-lo concretizado. No decorrer do livro, acabei me identificando ainda mais com a personagem, ao perceber que ela era extremamente crível e real: com o passar dos episódios e desventuras na vida da Mel, não só ficamos nos sentindo íntimos da protagonista, mas também percebemos que ela é cheia de inseguranças, medos e fragilidades, como qualquer um de nós. E esse fato só nos faz torcer ainda mais por ela. As cenas protagonizadas por ela e por Zoe, com todo o amor e carinho que uma demonstra pela outra, são para mim o ponto alto do livro!

Alegra é uma garotinha que surge por acaso na vida das protagonistas e acaba roubando não só o coração delas, mas também o do leitor, e conquistando seu espaço definitivo dentro da trama. Cheia de vida, esperta, com sacadas geniais e com aquela doçura tão característica das crianças, Alegra é o retrato de um anjo em formato de gente. A garotinha ilumina o ambiente em que está, e seus sorrisos espontâneos nos fazem suspirar, ao mesmo tempo em que suas frases e atitudes inteligentes e maduras demais pra sua idade nos levam a refletir sobre o mundo e sobre os laços que mantemos.

Gabriel é um raio de sol na vida da Melissa e da Zoe. O pai de Alegra perdeu a esposa muito cedo, mas nem por isso deixou de irradiar energia positiva por onde passa. Assim como sua menininha, ele apareceu por acaso na vida da Mel, mas não foi por acaso que ele permaneceu. Com seu jeito educado, compreensivo, atencioso e meigo, Gabriel conquistou a confiança e o coração de Mel, que a essas alturas andava tão assustado. Além disso, o bom-humor e a alegria que ele emanava (além, é claro, do fato de fazer carinhos frequentes na cabeça da cachorrinha) acabaram por conquistar também a Zoe, e a família enfim completou-se.

O enredo do livro em si é bastante simples, e a história narra eventos da vida de uma mulher normal (a Melissa), que nada tem de extraordinário (além da sua linda personalidade). Tudo isso é incrementado, no entanto, pela visão da Zoe desses acontecimentos, e por todos os seus comentários fantásticos e poéticos durante a narração. Mas o que mais me emocionou no livro foi a relação de amor entre a Mel e a Zoe, simplesmente porque ela é a representação mais fiel do bem que o animalzinho pode nos fazer, da felicidade que a presença deles nos traz. Cada cena, cada passeio, cada episódio, cada acontecimento, tudo isso é enriquecido pela constância e leveza da Zoe, e muito por causa dela que a Mel consegue superar as dificuldades que aparecem e renascer para a vida. É lindo e emocionante ver a forma como a vida da Melissa é transformada pela Zoe, assim como os dias da Zoe são transmutados pela essência da Melissa.

Eu não posso terminar essa resenha antes de destacar um ponto fundamental no livro, e indispensável também na nossa realidade: a adoção. A Camila, com toda a sua magnífica sensibilidade, de alguma forma linda conseguiu inserir esse tema dentro da história, fazendo com que tudo o que aconteceu posteriormente fosse decorrente de uma ação generosa da Melissa. E eu preciso dizer com todas as letras o quanto isso me comove, porque eu mesma já passei pela experiência de encontrar um desses anjos desamparado na rua, correr com ele pra casa e dar toda a atenção e amor que eu consegui. Em troca, ganhei muitos rasgos no sofá, muitas roupas com pelos, muitas madrugadas acordada, mas também recebi amor e afeto que não cabem num coração só, lealdade indiscutível, os lambeijos que embelezam meu dia, as abanadas de rabo que enfeitam qualquer chegada em casa e um companheiro pra vida toda, que eu não trocaria por nada nesse mundo.

A diagramação do livro, assim como a história em si, é a mais simples e delicada possível. Temos algumas ilustrações, em cada abertura de capítulo, e eles são contabilizados por datas. Não encontrei erros de revisão, e mesmo que os tivesse encontrado, a riqueza e beleza da história teria suplantado qualquer um deles. A capa me deixa de queixo caído até agora, não consigo parar de admirá-la, seus detalhes, suas cores, tudo combina perfeitamente com cada palavra das páginas.

Ao final dessa resenha, já chorosa, tenho a impressão de que jamais conseguiria transportar para estas poucas palavras todo o turbilhão de sentimentos que Aos Olhos de Zoe foi pra mim. Em muitos momentos, parando para secar as lágrimas que escorriam aos montes, eu pude perceber que estava completamente encantada por aquela cachorrinha, por sua forma de ver e de lidar com a vida e com suas surpresas, com a maneira linda que ela encontrava de driblar os problemas e tristezas e transformar tudo com uma simples lambida ou balançada de rabo em algo mais positivo e bonito. Eu agradeço imensamente à Camila pelo presente de poder conhecer a Zoe e aprender um pouco mais com ela sobre o mundo e todas as coisas que nos rodeiam, de conhecer a Mel e aprender que nós sempre podemos e merecemos ter mais e ir mais longe do que sonhamos, de conhecer Alegra e Gabriel e entender o quanto valem os sorrisos, os laços e os abraços que firmamos durante a vida. A você, disposto a abrir o coração pra uma cachorrinha bagunceira, não pense duas vezes antes de iniciar a leitura. Eu aposto que os sorrisos vão ser constantes, as lágrimas felizes e seu coração muito mais preenchido.

Ali em cima eu disse que também já havia passado por uma experiência de adoção e, como boa mãe coruja, não poderia deixar passar a oportunidade de mostrar a Zoe da minha vida pra todos vocês. No caso, a Zoe chegou nos meus dias como Visconde, um cãozinho que eu encontrei na rua, e que acaba fazendo de todos os meus instantes únicos!

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e cachorro

Minha rotina com ele é bem resumida por essa foto, podem ter certeza! E vocês, também tem anjos que latem em suas vidas? Me contem tudo nos comentários! Até a próxima postagem! Beijos! 😚😚

[RESENHA] Deixe-me Entrar - Letícia Godoy

Hey, pessoas!

A postagem de hoje traz a vocês minhas impressões de leitura de uma obra fascinante e fantástica da nossa literatura nacional, publicada pela nossa parceira editora Arwen e cedida por ela para resenha: entrem comigo no mundo misterioso e perigoso de Deixe-me Entrar, da autora Letícia Godoy!

Deixe-me Entrar

TÍTULO: Deixe-me Entrar
AUTOR: Letícia Godoy
EDITORA: Arwen
NÚMERO DE PÁGINAS: 330 páginas
SINOPSE: Julianne Ipswich cresceu confinada no internato Le Rosey, afastada de sua família com o pretexto de receber uma educação de qualidade. Este fato sempre a incomodou e o maior desejo de Julianne era descobrir a verdade para que a família tenha a afastado, uma vez que não ficou convencida de que a preocupação com os seus estudos seria o único motivo. Ao completar 15 anos, ela retorna para Stone Forest, a cidade de seus pais, e, aos poucos, acaba descobrindo mais do que gostaria de saber. Cercada por muito mais perigos e desafios do que ela jamais pôde imaginar que surgiriam em sua vida, Julianne precisará desvendar os mistérios de seu passado e preparar-se para os desafios do futuro rapidamente se quiser sobreviver. As vozes se misturam, os olhos sedentos nunca param de espreitar e o perigo está onde ela menos imagina. Será que Julianne conseguirá enfrentar tudo isso?

    

Julianne Ipswich é uma adolescente que cresceu em um colégio interno, longe de seus pais e irmãos, e nunca compreendeu o porquê de ter sido afastada do convívio da família. Este fato só torna ainda maior sua surpresa ao saber que, aos 15 anos, essas pessoas que ela nunca teve oportunidade de conhecer de verdade, vão leva-la para sua casa, de onde ela não deveria ter saído. No dia da sua partida, porém, seus tutores Jansen e Eliisa lhe fazem uma revelação que muda para sempre seu mundo. Mas as surpresas não acabam por aí, e chegando a sua casa mais segredos vêm à tona, e Julianne acaba se envolvendo em um mundo obscuro, cheio de mistérios, que inclui a presença de um melhor amigo vaidoso e muito leal e um homem extremamente sedutor, mas cheio de escuridão dentro de si. Será que a garota conseguirá encarar seus próprios demônios e, por fim, encontrar as respostas que ela tanto procura sobre si mesma?

Deixe-me Entrar é o primeiro volume de uma trilogia e foi um livro que me ganhou pela capa. Além disso, a sinopse me deixou intrigada, e eu realmente precisava conferir a história. Fiquei ainda mais empolgada quando li que o enredo foi inspirado nos anos de fake vividos pela autora. Também tive uma fase dessas e me identifiquei logo de cara com a história.

Julianne foi uma das protagonistas que eu mais curti acompanhar em toda minha experiência literária. Confesso que no início eu sentia uma vontade enorme de acabar com a raça da garota, achava-a extremamente egoísta e cheia de si, e isso me irritou profundamente. Mas conforme a leitura avançava eu consegui perceber e compreender todos os porquês que precisava pra entender a personalidade da garota e também notei algo que sempre é gratificante pra mim como leitora: Julianne amadureceu durante a passagem da história, com todas as suas aventuras e provações, e ao final do livro, ela já não parecia a mesma menina mimada e chata para mim. Ela era uma mulher decidida e comprometida com aqueles que amava e com seus próprios ideais, e foi incrível acompanhar esse crescimento gradativo da personagem.

Gerard é uma das personagens mais intrigantes do livro. O cara é envolvido completamente e por boa parte do enredo em uma aura de mistério que só nos aguça a curiosidade e nos faz querer desvendar cada um dos seus segredos. Além disso, uma das coisas mais bonitas do lorde é a forma como ele ama profundamente Jeanne, sua alma gêmea de outras épocas. É importante destacar que Gerard é um vampiro, e por isso temos aqui todos os períodos de crise existencial tão comuns a essas criaturas. Mas a forma como estes lapsos temporais são abordados aqui torna tudo ainda mais empolgante: Gerard não nos é apresentado como um ser atormentado por suas próprias atitudes. Muito pelo contrário: o homem não se arrepende de nenhum ato que cometeu, encontra justificativa para todos eles e consegue aprender com cada um, o que faz com que ele também, assim como a protagonista feminina do livro, cresça e amadureça sua personalidade no decorrer da história.

Einar é o melhor amigo da nossa protagonista marrenta, e eu confesso que foi a personagem que mais me arrancou suspiros durante a leitura. Além de misterioso e sedutor, características frequentemente associadas à raça vampiresca, o garoto é um galã nato. Ele sabe exatamente o que e quando falar ou agir. Mas o que mais me conquistou em Einar foi seu espírito impetuoso e corajoso na hora de lutar por quem ama. O carinho dele para com Julianne ou Dush, a garota por quem ele é apaixonado (ô, menina sortuda!), derreteu qualquer muralha de gelo que meu coração poderia impor, e acredito que não há quem resista à tamanha fofura e charme.
Os tutores de Julianne, Jansen e Eliina, são também personagens principais no enredo. Construídos de forma muito consistente, eles são a voz da razão em todos os momentos do livro. Experiente e maduros, amam Julianne acima de qualquer coisa e estão dispostos a tudo para protegê-la, inclusive de si mesma, se preciso for. É bonito ver a forma como se entregam a esse ideal e a afeição deles entre si e para com a menina é admirável e inspiradora.

Com relação ao enredo, gostei muito do modo como tudo está conectado dentro da história. Não existem pontas soltas e nem laços sem nó. Tudo que a Letícia colocou no livro faz algum sentido e vai ser importante em algum momento da narrativa, e isso torna o livro muito mais consistente e crível aos olhos do leitor. É claro que ao mesmo tempo exige muito mais atenção na hora de ler, mas é gratificante todas as caras de surpresas e paradas na leitura para recuperar o fôlego depois de alguma descoberta ou peça que é encaixada em seu lugar correto.

Outro ponto importante de ser destacado na história e colabora muito para a firmeza do enredo é a forma como os vampiros são abordados na história e mesclados a outras criaturas sobrenaturais, como as bruxas, por exemplo. Tudo isso, aliado a algumas pitadas de história factual (como a Santa Inquisição e sua caçada frenética às possíveis feiticeiras) tornam o enredo não só forte, mas interessante e empolgante. Sou suspeita pra falar, porque adoro raças sobrenaturais, mas Deixe-me Entrar é um prato cheio para quem quer se aventurar na fantasia pela primeira vez.

A diagramação da editora é um show à parte. Além da excelente revisão textual, existe um cuidado perceptível com a beleza das páginas. Ilustrações e adornos são frequentes, e tornam a leitura não só mais prazerosa, mas também mais leve e dinâmica. As imagens nos dão maior precisão no momento de imaginar as personagens e nos guiam por esse universo no qual o livro nos insere.
No final desta resenha, preciso dizer que só não fiquei contente por um detalhe: ainda não sei qual a data para o lançamento da continuação do livro! Confesso que se a intenção era deixar o leitor curioso para o próximo volume, a missão foi concluída com sucesso, porque eu já me encontro, neste momento, roendo as unhas! Deixe-me Entrar é ao mesmo tempo uma leitura leve e densa, que te enreda no castelo da família de Julianne por um momento, e te leva para Suíça rapidamente em outro; que te permite conhecer e descobrir o amor junto à protagonista, e ainda te apresenta a força da amizade e dos laços familiares que possuímos. 

E vocês, já conheciam o livro? Ficaram curiosos com a história? Me contem tudo nos comentários! Até a próxima postagem! Beijos! 😙😙