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Onde está Lucia? - C. B. Alves

22 maio 2021

Olá, viajantes!

A resenha de hoje é em parceria com a nossa querida Skull Editora e apresenta para vocês o primeiro livro da série Missing: conheçam Onde está Lucia?, da autora C. B. Alves.

 

TÍTULO: Onde está Lucia?
AUTOR: C. B. Alves
EDITORA: Skull Editora
NÚMERO DE PÁGINAS: 128 páginas
ANO DE LANÇAMENTO: 2019
SINOPSE: É como nos filmes: uma cidade pacata, uma garota desaparecida, mortes. Muitas mortes. Allan Carter é o novo detetive designado para resolver uma das raridades desde que os continentes se tornaram Federação: uma série de assassinatos. Com vítimas que parecem ter sido escolhidas a dedo, muitas perguntas começam a surgir a cada passo atrás do assassino, e a principal delas, a que mais se repete é: Onde está Lucia? O tempo está passando, e é nosso maior inimigo.

Uma cidade pequena e tranquila. Um grupo de jovens na escola. Um desaparecimento misterioso de uma garota. Uma série de mortes suspeitas. Esse é basicamente o contexto com o qual o detetive Allan Carter precisa lidar ao chegar à Westville. Correndo contra o tempo, o policial precisa investigar todos assassinatos, parar um serial killer e encontrar pistas sobre o destino de Lucia, a garota que sumiu sem deixar rastro, do dia para a noite. Porém, todos os envolvidos parecem cheios de segredos e a escolha das vítimas segue um padrão suspeito. A maior missão de Allan? Descobrir quem é o assassino antes que ele termine sua aniquilação. Mas será isso possível com todo o mistério que permeia o caso?
 
Primeiro, eu preciso dizer que tinha bastante expectativas ao começar a leitura de Onde está Lucia?. Não conhecia a autora, mas já havia lido a sinopse e ela incluía tudo que eu mais gosto em um bom trhiller: assassinatos misteriosos, desaparecimento repentino, um detetive completamente perdido, muitas testemunhas suspeitas e segredos guardados a sete chaves. Essa mistura só podia resultar em um enredo incrível! E eu não estava errada: Onde está Lucia? realmente prende a atenção do leitor do início ao fim. A cada página lida, nos vemos suspendendo a respiração, ávidos por conhecer o próximo passo da história.
 
No que diz respeito à construção do livro, os capítulos são constituídos por partes independentes, intercaladas entre os protagonistas Ben, Allana, Dereck, Dylan, Aurora, Alicia e Allan. A visão de cada um deles é explicitada ao leitor a partir do uso da primeira pessoa ao longo da narrativa. Essa é sempre a melhor decisão para mim, porque permite que nos aprofundemos nos sentimentos e nas impressões de cada personagem, conhecendo a fundo suas maiores angústias e receios. Em uma trama de investigação e suspense, esse conhecimento é igual a poder! É ele o responsável por possibilitar a elaboração das mais diversas teorias para o desfecho do enredo, o que envolve o leitor ainda mais na história.
 
Acho importante destacar também que, em alguns momentos, a narração dos protagonistas é interrompida por capítulos denominados como “Extras”. Estes apresentam a perspectiva do assassino na hora das mortes e, na minha opinião, são uma das partes mais macabras do livro. A autora teve muito sucesso em criar uma personalidade sinistra para o seu serial killer, conseguimos sentir o ódio e o sadismo que emanam dele. Essas páginas são complementos fundamentais para a narrativa em si, porque dão pistas importantes sobre o criminoso, se você souber ler nas entrelinhas. A meu ver, foi uma jogada incrivelmente inteligente da autora: ela insere alguns elementos essenciais para compreender as intenções e as motivações do assassino, ao mesmo tempo em que não entrega de bandeja sua identidade.
 
Além disso, C. B. Alves também utiliza um dos meus recursos preferidos em uma obra: ela inclui citações no início de cada capítulo. Esses fragmentos são de diversas naturezas e tem as mais variadas origens, mas sempre preparam o terreno para o que vamos encontrar naquela parte do livro. Eles aparecem como se fossem resumos bem pequenos e completos do capítulo que virá a seguir. Portanto, eles não são colocados ao acaso: possuem uma função dentro da trama e são responsáveis por encadear a passagem de uma parte da narrativa para outro momento. Fico imaginando o trabalho que a autora teve para encontrar a citação exata, que refletisse com precisão o que ela gostaria de transmitir ao leitor. Todo esse esforço me faz valorizar ainda mais o livro, porque demonstra o quanto C. B. Alves se dedicou na construção e na organização da sua obra.
 
Outro elemento mobilizado pela autora, que eu adoro, são as descrições completas e detalhadas. Essas descrições incluem as cenas das mortes, que são bastante pesadas e explícitas. Devo dizer que C. B. Alves não tem receio de exterminar personagens! Recomendo, então, que não se apeguem demais a nenhum deles! Se você tem problemas com violência, é melhor ir com calma nesse enredo. Eu mesma, devoradora nata de livros policiais, me via precisando de um tempinho para respirar às vezes. Outra temática das descrições é o trabalho policial: todas as etapas da investigação são descritas, inclusive o conflito em que se encontra o detetive principal do caso. Eu achei isso incrível, porque torna a história ainda mais verossimilhante. Além disso, para leitores que já curtem o gênero, são partes realmente deliciosas de se ler.
 
Um aspecto que precisa ser destacado é o ritmo acelerado dos acontecimentos. Tudo ocorre rápido demais nesse livro, viajantes! Mas, por mais contraditório que pareça, os fatos ficam bem explicados e a coesão da história não é prejudicada. A ação está garantida, com certeza; porém, o mais importante é que a fluência e a complexidade da trama também estão! A escolha por um ritmo frenético faz muito sentido se levarmos o enredo em consideração: o assassino já tem um plano traçado e não faz questão de esperar nem um segundo para colocá-lo em prática. Os diálogos também são apressados, mas não os achei superficiais ou fúteis. Confesso que a aceleração do desfecho me incomodou um pouco, mas talvez seja porque eu realmente queria mais do livro, não gostaria que ele terminasse.
 
Por falar em desfecho, achei a resolução não muito surpreendente. Eu já tinha sacado o assassino através das pistas ao longo do livro, mas nem por isso ele foi ruim. Existem várias reviravoltas e surpresas durante a narrativa, o que envolve ainda mais o leitor na trama. É interessante a autora ter conseguido manter o suspense até o final da obra. A gente sente, com certeza, o clima de tensão e a aura pesada que engloba todas as personagens e os acontecimentos em si.
 
Por fim, eu só posso dizer que a minha experiência de leitura com Onde está Lucia? não poderia ter sido mais positiva. O mistério, o medo, os conflitos, as incertezas, todos esses são elementos que determinam o sucesso da trama e conseguem a atenção total do leitor até a última linha da narrativa. C. B. Alves soube construir uma história intrincada, que desperta todos os mais variados tipos de sentimentos no leitor. Somos transportados para Westville, sentimentos a angústia das personagens e ficamos roendo as unhas enquanto aguardamos o próximo passo do assassino. Ficou interessado no livro, não é? Você pode adquirir sem exemplar nesse link e mergulhar de cabeça nessa aventura. Só tente ficar fora do caminho desse serial killer: ele não vai poupar você! Até a próxima postagem, viajantes!

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