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[RESENHA] Ecos Bastardos - Antonio DiMarco

29 outubro 2018

Olá, viajantes!

Há algum tempo, anunciei na página do blog no Facebook (se você ainda não curte a página, clica aqui e acompanhe a gente por lá também!) a nossa parceria com a Aberst, uma associação de escritores dedicada exclusivamente aos gêneros suspense, terror e policial. Hoje, trago para vocês a primeira resenha dessa parceria: conheçam Ecos Bastardos, um conto de Antonio DiMarco!

Ecos Bastardos

TÍTULO: Ecos Bastardos
AUTOR: Antonio DiMarco
EDITORA: Pyxidis
NÚMERO DE PÁGINAS: 18 páginas
SINOPSE: Alzira era casada com Augusto e moravam em uma bela residência na serra de Nova Friburgo. Frustrações encobriram a felicidade que um dia existiu e Augusto teve um filho com a empregada da casa. Uma década depois, a criança desapareceu, a empregada também e o tempo levou Augusto e, por fim, Alzira. Todos se foram, mas o casarão permaneceu firme, esquecido em meio à crescente vegetação, assim como seus muitos segredos. Intrigado com a história contada por Clarissa, Sergio a convida para um final de semana romântico na serra, incluindo uma providencial visita ao misterioso casarão. Descobrirão algo sobre o passado? Ou sobre o presente? Entre no velho casarão e descubra por sua conta e risco!

    

Clarissa e Sergio são um casal jovem, aventureiro e cheio de vida. Em uma conversa entre os dois, Sergio menciona seu interesse por uma história que a companheira nunca esclareceu: a de seus tios Alzira e Augusto, cujo casamento era marcado por tragédias cheias de mistério e segredos. Contar a história do casal para Sergio obviamente incluiria falar acerca do casarão onde eles moravam, e é assim que Clarissa se vê envolvida involuntariamente em um passeio ao lugar, por insistência de seu namorado. Mas esta aventura reservaria surpresas nada atraentes para os dois e eles vão precisar estar preparados para as consequências.

Olhando para o enredo do conto escrito por DiMarco, um leitor mais desavisado pode ser levado a acreditar que a trama nele contida é bastante despretenciosa. O que eu quero deixar claro já no início dessa resenha é: nada aqui é o que vocês estão pensando! Com cerca de vinte páginas e uma história marcada por segredos, mentiras, traição e reviravoltas, Ecos Bastardos foi uma grata surpresa para mim. Eu li o conta em bem menos de uma hora, não devido a sua extensão, mas ao fato de que eu não consegui tirar os olhos da leitura até tê-la terminado.

Com uma narrativa fluida e gostosa de acompanhar, o autor conseguiu criar um enredo original e envolvente em cima daquilo que todos nós já conhecemos do gênero suspense: a aura de intrigas, perigo e tensão sempre presente. Somos apresentados ao casal protagonista logo de cara e é com eles que vamos conhecer a história de Alzira e Augusto e, consequentemente, a do casarão onde os dois residiram em vida. A narração em terceira pessoa foi uma escolha muito acertada por parte do autor, uma vez que ela permite apreender vários detalhes que as próprias personagens não conheciam, ao mesmo tempo que dá ao leitor uma visão mais completa e ampla de tudo que acontece ao longo da trama.

Apesar de não termos uma construção aprofundada de personagens, conseguimos saber tudo que precisamos a respeito deles. Clarissa é uma jovem cheia de vida e apaixonada e Sergio é um amante de leitura curioso e persuasivo. Ao revirar as memórias de sua família, a mocinha não esperava o desfecho que estava por vir, assim como seu companheiro foi surpreendido por tudo que aconteceu na incursão ao casarão. Falando em casarão, eu preciso dizer que, na minha opinião, ele é uma das figuras mais imponentes e fundamentais dessa narrativa: é lá que acontece toda a história de Alzira e Augusto e é lá que conhecemos o desenvolvimento da viagem de Clarissa e Sergio. Existe dentro da casa um eterno clima de nostalgia, aliado a uma presença constante, que o leitor vai sentir junto aos dois pombinhos no decorrer da visita ao local.

Independente de não ser o foco, não posso deixar de mencionar aqui o fator histórico que também entra em jogo ao longo do conto. O enredo envolvendo Alzira e Augusto passou-se em outra época, diferente da atualidade, na qual se desenrola o conto em questão. Por conta disso, a narrativa dos dois é marcado por costumes sociais daquele período: o grande problema do casamento dos dois era o fato de que Alzira não poderia ter filhos e foi exatamente isso que levou Augusto a se relacionar com a empregada da casa, cujo ventre gerou, enfim, o herdeiro que ele tanto queria. A partir daí, vários paralelos se desenvolvem: a convivência dos três dentro da mesma casa, a submissão de Alzira ao marido e sua aceitação da traição, a vida da criança e as tragédias que se seguem a esse cenário. De alguma forma, esse aspecto histórico se torna extremamente relevante se pensarmos na consistência e na riqueza do enredo em si. É esse pezinho na história que traz complexidade à trama aqui contada.

Por último, mas não menos importante, eu não posso encerrar essas impressões sem falar do final desse conto, que me deixou completamente sem fôlego. Apesar de eu já prever que algo fosse acontecer (porque, afinal, é um conto de suspense) e conseguir elaborar alguns desfechos possíveis na minha cabeça, nada poderia me preparar para a angústia que o autor conseguiu transmitir ao longo das últimas páginas do conto. Tudo aconteceu rápido, de forma precisa e sem enrolação; os fatos são apresentados, as cartas são jogadas e todas as pontas soltas se encaixam de alguma maneira.

Antes que eu dê algum spoiler que possa estragar a leitura de vocês, termino por aqui minhas considerações, mas não sem antes destacar mais uma vez o quanto eu curti a experiência de leitura. Foi a primeira vez que eu li algo do autor e com certeza não será a única! Se você ficou curioso e também quer conhecer a história de Ecos Bastardos, esse é o link da Amazon para vocês baixarem o conto. Mas não esqueçam de vir me contar suas impressões e dizer se ficaram tão pasmos quanto eu ao final da leitura. Até a próxima postagem, viajantes!

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