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[RESENHA BOOK TOUR] S. - J. J. Abrams e Doug Dorst

02 fevereiro 2017

Hey, pessoas!

A resenha de hoje vem do Book Tour organizado pelo Bruno Mattos, e nela vocês vão conhecer os segredos e mistérios de S., da autoria de J. J. Abrams e Doug Dorst, publicado no Brasil pela editora Intrínseca!

S.

TÍTULO: S.
AUTOR: J. J. Abrams e Doug Dorst
EDITORA: Intrínseca
NÚMERO DE PÁGINAS: 472 páginas
SINOPSE: Um livro. Dois leitores. Uma jovem encontra numa biblioteca um livro com anotações de um estranho. As margens repletas de observações revelam um leitor inebriado pela história e pelo misterioso autor da obra. Ela responde os comentários e devolve o livro, que o estranho volta a pegar. Ele é Eric, ela é Jennifer, e o inesperado diálogo dos dois os faz mergulhar no desconhecido. É esse velho exemplar típico de biblioteca - consultado, anotado, manuseado - intitulado O Navio de Teseu, de V. M. Straka, que o leitor encontrará dentro da caixa preta e selada de S. S. está longe de ser um livro convencional. A obra conecta ao menos quatro histórias, que se desdobram ao mesmo tempo, embora não necessariamente em ordem cronológica. É um livro-jogo, que oferece várias possibilidades de leitura e instiga o leitor a decifrar os mistérios, códigos e pistas contidos em toda a obra. Seja nas notas, nas margens ou nos outros itens da caixa, há sempre algo além do que se vê aguardando para ser descoberto.

    

S. foi um dos meus maiores desafios literários de todos os tempos, e eu precisava começar essa resenha dizendo isso. O livro é uma verdadeira obra de arte, que exige atenção constante, uma leitura detalhada e cheia de precisão e paciência para encaixar todos os pontos, fatos e acontecimentos. Confesso que no início o título me assustou, principalmente quando percebi que ia precisar de muito mais do que uma leitura para compreender totalmente o que estava querendo ser contado. Li e reli três vezes o livro inteiro, e posso dizer que a tarefa foi árdua, mas extremamente gratificante.

É importante dizer que S. não é um livro comum, com apenas um enredo, que precisa ser lido e compreendido como outro qualquer. É muito mais do que isso. Aqui, pela primeira vez, posso dizer que o protagonista da história sendo contada não é o principal personagem do livro. Isso porque existem diversas narrativas acontecendo ao mesmo tempo. Como? Com a minha experiência de leitura tripla, vou tentar explicar um pouco para vocês sobre isso.

Na primeira vez em que iniciei a leitura, como sempre, percebi que existia ali uma história a ser lida. Essa história se chamava O Navio de Teseu, e tinha como personagem principal S., um homem sem memória, sequestrado por um navio cheio de criaturas sinistras, sem destino certo e que desconhecia seu próprio passado. Nessa história, acompanhamos a trajetória deste homem misterioso em busca de respostas, numa viagem tensa e cheia de reviravoltas. É extremamente interessante tentar encontrar as pistas para montar o quebra-cabeças que é S., como pessoa e como figura literária. Nada nos é dado de bandeja, e precisamos deduzir e raciocinar com base nas raras informações que temos ao longo da narrativa. Ao final, somos brindados com um enredo complexo e cheio de pontos altos, permeado por muito suspense e surpresas, o que é tudo que um leitor deseja de um livro.

Na segunda vez em que li o livro, me dediquei às anotações que possuímos nas bordas de cada página, de dois leitores que conhecemos ao longo do título. Um estudante dedicado e com uma visão particular de tudo e uma leitora aficionada e cheia de opiniões. Estes dois leitores estão debruçados sobre a história do personagem S., mas temos deles muito mais do que as perspectivas dos dois sobre a história em si: ao longo do diálogo que ambos travam nas páginas do livro, vamos descobrindo suas aflições, seus objetivos, seus gostos, temperamentos e escolhas. Por fim, conhecemos muito mais dos leitores do que do próprio protagonista S. O mais interessante aqui é a forma como essas informações sobre as duas pessoas são dadas aos poucos, em parcelas, e ao mesmo tempo se complementam e definem o caráter, os ideais e até mesmo os valores dos dois. Cheguei à conclusão, enfim, de que eles também são personagens dentro desta narrativa intrincada e cheia de complexidades do livro.

Numa terceira e última leitura atentei para o autor de O Navio de Teseu, e a história por trás dele, além das notas de leitura sobre sua escrita e sobre si mesmo, escritas por um admirador e leitor que se diz conhecer V. M. Straka melhor do que ninguém. Esse admirador, que chamamos de F. X. Caldeira, é também o responsável por apresentar a figura de Straka a nós em um prefácio totalmente parcial, chegando a ser até mesmo fictício. É importante informar a vocês que a pessoa de Straka é envolta em escândalos, polêmicas e mistério, e nada sobre ele é definitivo. Caldeira é um dos seus maiores fãs, mas não podemos ter total certeza de que as informações cedidas a nós por ele são verdadeiras ou podem ser levadas a sério. Na minha opinião, V. M. Straka é um dos maiores mistérios do livro, e eu ainda não tirei todas as conclusões sobre ele, mesmo depois de ter terminado a leitura. Me afeiçoei ao autor, e passei a pensar sobre ele e sobre tudo que ele nos mostra, não só com sua história, mas também com os acontecimentos de que tomamos conhecimento de sua vida. O personagem é extremamente marcante, e com certeza será inesquecível.

Com relação à diagramação do livro, temos uma verdadeira obra de arte, como eu já comentei. A Intrínseca realmente entendeu o projeto do livro, e tentou passa-lo da melhor forma a nós, leitores. O resultado ficou divino. A capa dura do livro, junto ao box em que ele vem, já é um convite à leitura, sem falar em todas as texturas que temos ao longo das páginas, do cuidado em colorir as anotações dos leitores, dar um aspecto envelhecido às páginas, que contam, inclusive, com carimbos simulando os de bibliotecas, e todos os artefatos colocados dentro do livro (guardanapos escritos, mapas, bússolas, cartões-postais, cartas, fotos e reportagens de jornais, entre outros elementos), auxílios lindos para entender não só a história por trás do enredo de O Navio de Teseu, mas a própria história.

Eu só posso dizer que não tenho palavras para descrever toda a experiência envolvente e completamente diversa de todo o resto das leituras que foi S. J. J. Abrams e Doug Dorts são verdadeiros artistas, e o livro é um presente incrível e inesquecível para todos os apaixonados pela leitura. Impossível esquecer tudo que o título traz consigo, todas as surpresas e suspiros que ele nos suscita. Eu não só recomendo o livro, mas afirmo que é uma leitura obrigatória para todos os admiradores das palavras escritas.

E vocês, já conheciam o livro? O que acharam dele? Me contem tudo! Beijos! 😗😗

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