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[RESENHA] Eu Estive Aqui - Gayle Forman

22 agosto 2015

Hey, pessoas!

No mês de julho, como vocês já devem estar sabendo, eu entrei em um projeto de leitura coletiva, chamado Clube Entre Leituras (maiores informações aqui). O projeto consiste em ler, no decorrer do mês, um ou dois dos livros entre as opções para aquele período. No mês de julho, fiz duas leituras, e em breve trarei a resenha do segundo livro para vocês, que já adianto ser uma releitura do meu nacional queridinho (quem adivinha?). Hoje venho contar minhas impressões sobre Eu Estive Aqui, da autora Gayle Forman!

Eu Estive Aqui
TÍTULO: Eu Estive Aqui
AUTOR: Gayle Forman
EDITORA: Arqueiro
NÚMERO DE PÁGINAS: 240 páginas
SINOPSE: Quando sua melhor amiga, Meg, toma um frasco de veneno sozinha num quarto de motel, Cody fica chocada e arrasada. Ela e Meg compartilhavam tudo... Como podia não ter previsto aquilo, como não percebera nenhum sinal? A pedido dos pais de Meg, Cody viaja a Tacoma, onde a amiga fazia faculdade, para reunir seus pertences. Lá, acaba descobrindo muitas coisas que Meg não havia lhe contado. Conhece seus colegas de quarto, o tipo de pessoa com quem Cody nunca teria esbarrado em sua cidadezinha no fim do mundo. E conhece Ben McCallister, o guitarrista zombeteiro que se envolveu com Meg e tem os próprios segredos. Porém, sua maior descoberta ocorre quando recebe dos pais de Meg o notebook da melhor amiga. Vasculhando o computador, Cody dá de cara com um arquivo criptografado, impossível de abrir. Até que um colega nerd consegue desbloqueá-lo... e de repente tudo o que ela pensou que sabia sobre a morte de Meg é posto em dúvida. Eu estive aqui é Gayle Forman em sua melhor forma, uma história tensa, comovente e redentora que mostra que é possível seguir em frente mesmo diante de uma perda indescritível.


Falar de Gayle Forman não é nenhum pouco fácil pra mim. Infelizmente, não pelos motivos certos. Minha primeira experiência com a autora foi com Se Eu Ficar, e eu tive vontade de matá-la por ter me decepcionado tanto. Mas como acredito em segundas chances, decidi esquecer a duologia e passar a um enredo diferente (principalmente, que tivesse uma protagonista diferente!). Quando surgiu a oportunidade de ler Eu Estive Aqui, confesso que fiquei animada com a sinopse e decidi dar mais uma oportunidade à escrita da autora. Depois da leitura eu fiquei com um dúvida: não sei se o problema é comigo ou com ela!

Cody é uma adolescente tímida, que mora com a mãe mas que não possui com ela uma relação íntima comum vista entre duas pessoas com esse grau de parentesco. Por conta disso, a menina passa a maior parte de seu tempo com a família de sua melhor amiga, Meg, o oposto completo da sua. Aliás, Meg, por si só, é o contrário de Cody: extrovertida, segura de si, sempre desejada nos ambientes, popular e linda. Meg tinha uma vida perfeita, na visão de Cody. Mas quando ela sai da cidade par cursar a faculdade, todos percebem que Meg não era aquilo que aparentava ser. A última notícia que Cody tem de sua melhor amiga vem através de um e-mail, que Meg havia mandado para todos aqueles que amava, como forma de despedida, antes de tomar um frasco de veneno num motel barato, sozinha e sem dar nenhuma explicação. O fato deixa Cody completamente abalada, afinal, Meg era a família que ela tinha. A pedido dos pais da amiga, Cody vai até a cidade onde Meg estava hospedada buscar os pertences que haviam restado lá, e ali ela conhece Ben, um cara que mexe com seus instintos mais escondidos, mas de quem ela se recusa a gostar. Nessa viagem, Cody também encontra arquivos no computador de Meg, e vê neles uma oportunidade para finalmente entender porquê a amiga decidiu tirar a própria vida. A partir dessa descoberta, sentindo-se traída e mais deprimida do que o normal, Cody parte em uma jornada em busca da verdade por trás do suicídio de Meg, mas acaba, sem querer, descobrindo mais coisas sobre si mesma do que gostaria.

Vamos começar com a parte boa: eu gostei muito mais desse livro do que de Se Eu Ficar, e isso já foi uma evolução e tanto. Eu admiro muito a autora por escolher assunto tão importantes como centrais em seu livro. Nesse caso, podemos elencar o suicídio e a depressão como fatores base para a trama inteira. Acredito que esse aspecto seja extremamente interessante nos títulos da autora, pois dão aos livros uma espécie de relevância, e os tornam ainda mais reais e próximos das situações vividas por alguns leitores cotidianamente. Além, é claro, da importância de alertar a todos, da maneira que conseguirmos, sobre esses temas atuais e que influenciam de forma definitiva a vida de todos que os rodeiam.

A trama desse título em si me agradou bastante. Gayle conseguiu colocar drama, romance e uma pitada de mistério numa mesma história, e misturá-los de forma a parecer realmente certo estes estilos tão distintos estarem juntos, encaixá-los de maneira que fluíssem um de acordo com o outro. O mais interessante disso é que, apesar de conseguirmos distinguir os três estilos em diferentes partes da narrativa, um está ligado ao outro, e fica impossível separá-los. Eu adorei essa miscigenação, a meu ver ela enriqueceu o livro, deixando-o ainda mais convidativo ao leitor.

A linguagem utilizada pela autora é a mesma de Se Eu Ficar, e eu gostei que ela conseguiu manter o tom pessoal e ao mesmo tempo um tanto informal, que combina perfeitamente com a protagonista jovem deste livro. Gayle escreve de forma crescente, e quanto mais páginas lemos, mais informações são acrescentadas aos nossos julgamentos e hipóteses iniciais. Adoro a brecha que ela nos dá para conhecermos a fundo o psicológico de seus personagens, principalmente da protagonista, neste caso. Cody é uma garota comum, mas ao mesmo tempo possui várias peculiaridades, e eu gosto da maneira imparcial com que a autora constrói a garota, deixando a cargo do leitor tirar suas próprias conclusões. Mais: dando subsídios para que ele faça isso.

Com relação aos personagens, temos um impasse, mais uma vez. Como eu já disse, Cody é uma garota normal, como qualquer outra adolescente, mas em vários momentos do livro ela acabou me irritando mais do que devia. Claro que ela merece um crédito por estar passando por uma perda significativa, por ter uma família desestruturada, e outras coisas das quais, no decorrer da história, vamos tomando conhecimento, mas ela me pareceu extremamente insegura, cheia de compaixão por si mesma, sem nenhuma vontade de sair daquela situação. Pelo contrário: cada vez ela se embrenhava mais naquilo que fazia mal para si mesma. Entendo que ela queira descobrir os motivos que levaram sua amiga a cometer um ato tão radical quanto é o suicídio, mas ao longo da narrativa percebemos que ela está nisso muito mais por ela mesma. Vou explicar: o fato é que Cody sente-se traída e culpada. Traída pois Meg não dividiu nenhum dos seus problemas com ela, nenhum dos segredos, e culpada porque, exatamente pelo motivo anterior, ela não pode fazer nada para ajudar. Além disso, a personalidade da protagonista ficou um tanto quanto indefinida pra mim. Cody vivia à sombra de sua amiga, e depois que ela se foi ela simplesmente deixou de viver sua vida para correr atrás das razões para Meg ter feito isso. Aliás, a maior parte do livro corresponde a essa busca, e Cody não mede as consequências do que precisa fazer para encontrar o que procura.

Como aconteceu em Se Eu Ficar (desculpa, é impossível não comparar os dois), eu acabei gostando milhões de vezes mais do mocinho da história. Ben é um garanhão, e o fato de ele ter uma banda só contribui para aumentar sua popularidade entre as mulheres. Ele teve um relacionamento rápido com Meg, que não terminou muito bem, e é por conta disso que ele entra na vida de Cody, mas não é por esse motivo que ele decide ficar (se é que me entendem). Ben teve uma infância complicada, seu pai não foi dos mais exemplares, e nisso vemos alguma semelhança dele com a nossa protagonista. Agora, os motivos de eu ter gostado tanto de Ben são simples: por trás daquela fachada que ele tenta vender, se esconde um cara sensível, carinhoso e preocupado com os que estão ao seu redor, e como romântica nata, admirei-o por isso. Preciso dizer que o fato de ele adotar os gatinhos que Meg havia deixado contribuiu definitivamente para o meu juízo de seu caráter, mas isso é outra história rs
O fato é que eu fiquei encantada com a forma acolhedora com que ele ajudou Cody na sua busca, com a paciência e proteção de que ele rodeou a garota. 

O final do livro mais uma vez me deixou extremamente frustrada! Eu acho que o problema são as expectativas que as tramas mirabolantes criadas pela autora acabam fazendo crescer na gente. É impossível alcançar todas elas, e isso geralmente ocasiona uma decepção bem grande. Não posso dar nenhum tipo de spoiler, visto que não quero estragar a leitura de nenhum de vocês, mas posso dizer que os episódios me deixaram ansiosa por ação, que não aconteceu, em momento nenhum. A expectativa foi completamente contrária à realidade!

Quanto à diagramação, a editora caprichou. A capa segue a mesma linha de Se Eu Ficar e da duologia Apenas Um Ano, já lançados por aqui. Particularmente gosto bastante deste estilo, acredito que o livro fique muito convidativo com fotos tão reais e verdadeiras nas capas, fora os sentimentos que as imagens por si só já expressam. Não encontrei erros de revisão, e a simplicidade das páginas continua me encantando!

O que eu posso afirmar, ao final da leitura, é que fiquei mais contente com esse título do que com o anterior com o qual tive contato. Apesar disso, a experiência não foi tão empolgante quanto eu imaginei que seria, mais uma vez, e eu cheguei à conclusão que, definitivamente, meu santo não bate com o da Gayle rs Apesar disso, recomendo o livro, pelo tema tão relevante e atual, e pelo enredo envolvente e tão próximo das realidades de qualquer leitor. Depois que lerem venham me contar o que acharam, viu? Até a próxima postagem!

Beijos!

2 comentários:

  1. Oi Patrini
    Gostei bastante da resenha e fiquei bem curiosa em relação ao livro.
    Com certeza vai para minha lista de leitura.

    Beijos,
    http://saracavalcantes2.blogspot.com.br/

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  2. PATRINI SUA LINDA! Que resenha profissional menina! Concordo com você. Acho que a Gayle dá umas erradas bonitas com relação as suas personagens principais. Mas ainda prefiro a Cody a Mia. O que mais gostei no livro foi o estilo misterioso da história, o suspense. Sua resenha ficou perfeita! (como sempre) E que layout mais lindo!!! Seu blog ficando cada vez mais lindo! Mil beijos :*
    entreumlivroe-outro.blogspot.com

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