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Maldição dos Inocentes, de Camila Pelegrini

07 agosto 2019

Olá, viajantes!

A postagem de hoje é de Primeiras Impressões, algo que eu amo fazer. E a autora que vocês vão conhecer já é uma figura conhecida aqui no blog pelo seu livro Aos Olhos de Zoe, leitura que me marcou para sempre e sobre a qual tem resenha no LV (se quiser ler a resenha, clica nesse link). Camila Pelegrini está, agora, com um novo projeto literário: Maldição dos Inocentes. E é acerca dele que vamos conversar hoje!

A primeira coisa que vocês precisam saber (se ainda não sabem) é que eu sou fascinada pelo mundo místico das bruxas. É por isso que a história desses seres mágicos me desperta tanta curiosidade e foi dessa forma que eu me interessei por procurar mais informações a respeito da cultura bruxa ao longo dos tempos. Uma das partes mais importantes dessa cultura é, sem dúvida, também uma das mais cruéis: a caça às bruxas, um movimento social, político e religioso que teve seu auge nos séculos XVI a XVIII. Esse período negro acumula vítimas inocentes que foram assassinadas sem a mínima piedade, e é neste cenário obscuro que vamos entrar na história de Maldição dos Inocentes (e por isso eu fiquei maravilhada com a trama já nas primeiras linhas, socorro).


A caça às bruxas é o panorama mais geral dos três primeiros capítulos do livro da Cami. Neles, somos apresentados ao governo autoritário e brutal que, com o apoio da igreja, tomava as rédeas e as decisões sobre a vida de seu povo. Neste contexto, a figura do rei aparece como central e, apesar de este homem só abrir a boca em um único discurso no arquivo que recebi para essas primeiras impressões, já posso dizer que ele é praticamente um tirano. Espero que eu não queime minha língua ao longo do restante da história, mas o que pude perceber sobre o rei Durian Dahl Hagebak é que seu caráter não é nem um pouco afável: controlador e persuasivo, o homem não está acostumado a ter seu poder desafiado por quem quer que seja. Vossa Majestade é bastante contundente quando se refere às bruxas: como "sementes do Mal", elas precisam ser exterminadas, e ele não medirá esforços enquanto essa tarefa não for concluída.

O que coloca a nossa personagem principal, Pietra, em perigo iminente, já que ela é considerada a bruxa mais perigosa e mortal de todo o reino, de acordo com o próprio soberano. A protagonista não é totalmente entregue pela autora logo de cara: nesses três primeiros capítulos, são poucas as informações que conseguimos inferir sobre Pietra. Essa aura misteriosa, eu acredito, tem relação direta com suas crenças e práticas místicas, e eu já percebi que é a ela que vou me apegar ao longo do livro inteirinho. Além disso, o leitor fica sabendo que o passado da personagem não é menos confuso do que ela própria. Sua história não é contada nesse início de livro, mas todas as menções a ela servem para deixar-nos curiosos e ansiosos para conhecer cada pormenor desse caminho tumultuoso que Pietra segue (bom trabalho em nos fazer roer as unhas, Cami!).

Nikolau Fagertun é a terceira e última personagem apresentada ao leitor. Sua vida, no entanto, é ainda tão misteriosa quanto a de Pietra. São poucas as informações que reuni do homem ao longo do capítulo dedicado a ele, que já começa com um pesadelo aterrorizante, que deixa o leitor com os pêlos da nuca e do restante do corpo arrepiados. Nikolau é um caçador aposentado, digamos, mas sua história parece fazer questão de interromper essa aposentadoria em vários momentos. Eis aqui outra personagem capaz de nos deixar aflitos por mais detalhes de sua personalidade e profissão.

Como vocês podem ver, essas personagens são de mundos completamente diferentes, e eu estou super ansiosa para ver como a Cami vai fazer esses universos colidirem. Pelos poucos elementos que possuímos de cada uma delas, posso afirmar que ainda tem muita água pra rolar nesse enredo e eu vou com sede ao pote assim que o livro for lançado (perdoem a analogia sem graça e não desistam de mim). 

A escrita da autora, como já era de se esperar, é tão fluida que essas quase 20 páginas passaram voando. Mas preciso dar destaque às descrições que a Cami realiza nesses três primeiros capítulos: tão detalhadas quanto possível, cheias de minúcias sensoriais que transportam o leitor para dentro do livro sem esforço, ricas tanto lexical quanto semanticamente, são elas as grandes responsáveis por transformar a narrativa em algo tão encantador e envolvente. É difícil não sentir arrepios com a cena da bruxa queimando na fogueira, e praticamente impossível não imaginar a agonia de Nikolau ou a ira nos olhos do rei Durian. A autora é mestre em criar enredos cativantes que agradam a qualquer leitor, mas eu tenho a nítida impressão de que esse livro vai ser diferente de todos os outros!

Só pra deixar vocês ainda mais ansiosos (porque eu não vou passar vontade sozinha, não, senhor!), aqui embaixo eu deixo um quote do livro, que já dá a real atmosfera de toda essa história.



E aí, viajantes, tão curiosos quanto eu com Maldição dos Inocentes? Cami, por favor, agiliza aí e deixa essa história vir ao mundo logo. Nós ficamos aqui, aguardando avidamente (e lançando todos os feitiços que pudermos aprender para que o lançamento ocorra o mais rápido possível!). Até a próxima postagem!

3 comentários:

  1. Que texto, análise, considerações foram essas????
    Fiquei aqui me sentindo extremamente privilegiada por ter mais uma vez q oportunidade por ser lida e resenhada por você ❤️

    Amei cada palavra, cada detalhe e cuidado que você teve ao escrever suas primeiras impressões. Agora o medo tá aqui de não corresponder às expetativas hahaha obrigada, minha linda ❤️

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  2. Adorei a sua análise desses primeiros capítulos. Esse é um dos melhores livros que li na minha vida, sem sombra de dúvidas.

    Vidas em Preto e Branco

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