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[RESENHA] Amada Imortal - Cate Tiernan

26 dezembro 2014

Hey, pessoas!

Feliz Natal, pra todos vocês! O dia tá quase acabando, mas eu não podia deixar de desejar que o velhinho traga muitos sorrisos sinceros e amores verdadeiros pra todos neste novo ano que chega. E como todo mundo foi muito bonzinho durante estes dias, eu trouxe presente também: hoje trago mais uma resenha, de um livro mágico, escrito por Cate Tiernan. Vem comigo se aventurar pelo universo de Amada Imortal!


TÍTULO: Amada Imortal
AUTOR: Cate Tiernan
EDITORA: Galera Record
NÚMERO DE PÁGINAS: 276 páginas
SINOPSE: Primeiro livro de bem-sucedida trilogia, mistura fantasia sobre imortais a uma história moderna de jovem em busca de si mesma e de redenção. Questões de identidade e moralidade aparecem na trama, protagonizada pela imortal Nastasya. Nascida em 1551, acostumada a beber e sair para baladas cada vez mais loucas, ela perdeu o rumo. Suas conexões com outros imortais, interessados apenas em suas habilidades mágicas, a fazem partir em busca de um propósito. E o encontra em uma espécie de clínica de reabilitação para os de sua espécie, onde conhece um pouco mais sobre o próprio passado e cria importantes laços para o futuro.



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Nastasya é uma imortal. Ela tem dentro de si o dom para o encanto. Ela é capaz de fazer magick, um tipo de magia muito especial, exclusivo dos imortais. Sua vida é ao redor do mundo, curtindo noitadas e farras com seus amigos. Mas, depois de quatrocentos anos, isso parece a incomodar agora. Parece não estar mais tão certo quanto devia. Foi nesse momento de sua vida que ela lembrou-se de River, uma mulher que conheceu em uma fatalidade, e que lhe prometeu abrigo caso algum dia ela quisesse ser mais do que uma simples garota rebelde que gostava de levar a vida no limite. Partindo para a casa da antiga conhecida, Nastasya descobre que o abrigo prometido não passa de uma chance pra se tornar Tähti (imortal do bem) e que a casa de River é o lar de outros como ela, em busca do mesmo destino. Lá, a garota vai redescobrir seus poderes e a extensão de sua magick, mas também vai reviver antigos pesadelos e sofrimentos do passado. Seria ela forte o bastante para enfrentar todas as dificuldades que viriam? Será que era possível deixar a escuridão para sempre, e seguir um caminho de luz?


Amada Imortal é o primeiro livro de uma trilogia. Sempre me chamou atenção pelo seu tema central: a magia. Apesar de muitos outros livros já abordarem o assunto, Cate trata dele de uma forma só sua, que nos prende e nos envolve de uma forma quase surreal. Esse foi o ponto que mais me interessou no decorrer da leitura: a autora aborda a mágica em termos e sentidos próprios, que se adaptam perfeitamente à proposta de sua trama. Confesso que não sou uma leitora assídua de livros desse gênero, muito menos desse tema, e talvez por isso o livro tenha me pegado tão de surpresa assim. Mas acredito que a forma de a autora nos colocar seu enredo é realmente inovadora e diferenciada, o que só torna a história ainda mais atraente.


Nastasya é uma protagonista incrível, realmente fantástica. Com sua língua afiada e seu jeito rebelde, ela não leva ofensas para casa, e fala o que dá na telha, a hora que quiser, doa a quem doer. Admito que me identifiquei bastante com ela, sou cabeça dura assim, e turrona, e por isso gostei tanto da personagem. Acredito que personalidades fortes sejam bastante úteis para o desenvolvimento de uma trama bem feita, e isso Nastasya tem de sobra. Apesar das muitas vezes que ela já errou e seguiu um caminho torto, a garota soube admitir seus erros, e luta para corrigi-los, o que eu admiro imensamente. Independente da teimosia fora de hora ou das vezes em que ela insistiu em fechar os olhos para a realidade, ela sempre confiou em seus instintos e em sua própria capacidade, e isso a tornou uma das melhores protagonistas já criadas, na minha humilde opinião. O livro é todo narrado sobre a perspectiva ácida da menina, e isso faz toda a diferença. Penso que não ficaria tão atraente se o narrador fosse outra pessoa.

Reyn é misterioso e não mede esforço para deixar claro seu desprezo pela nossa mocinha, desde o momento em que coloca os olhos nela. Percebemos seus motivos no decorrer da trama e também notamos uma mudança da água pro vinho em relação a seus sentimentos por ela (ops, spoilers). Bonito e um tanto cego, por falta de palavra melhor, ele não se dá conta do quanto é atraente e popular entre os círculos femininos. Corajoso e independente, se empenha ao máximo para fazer tudo o mais correto possível, o que, confesso, acabou se tornado um pouco chato, afinal, perfeição não existe nem ao menos na ficção. Quando o garoto começou a se soltar e fazer as coisas do seu jeito, a meu ver, tudo ficou mais interessante. Nell é uma idiota mimada, que acha que toda a atenção, de todas as pessoas, precisa ser direcionada para si. Ela é doida por Reyn, mas particularmente, creio que esse interessante venha em parte do fato de que o garoto é o único da casa que não dá a mínima pra ela. Calculista e falsa, ela não mede consequências para conseguir o que deseja. É definitivamente odiosa, do princípio ao fim do livro. River é uma segunda mãe para Nastasya, e está sempre tentando ajudar a menina de alguma forma. Eu a adorei desde que ela entrou na história, e acho que sua presença deu um charme a mais no livro. Ela é protetora, sensitiva e muito sábia, por isso mesmo muito respeitada por todos dentro de River’s Edge. Os amigos de Nastasya, Incy, Boz e Cecily, são egocêntricos, egoístas e muito rebeldes. Estão sempre se metendo numa confusão atrás da outra, e tudo acaba mal com eles por perto. Na verdade, como vamos descobrir, seu interesse por Nas advém muito mais de seu poder enorme do que de afeição genuína.


O que eu acho mais interessante na trama é que os personagens realmente fazem diferença no enredo, não estão ali apenas por estar. Cada um cumpre uma função e um determinado papel na história, e tem a sua devida importância para o desfecho da narrativa. A autora soube brincar com seus elementos magistralmente, conectando-os de forma a não deixar espaços ou pontas soltas. O enredo é fechado e completo em si, e todos os componentes que Cate usa se ligam de alguma forma, construindo uma história linear e contínua muito gostosa de acompanhar, conforme vai evoluindo.

Um detalhe interessante está na escrita da autora (e foi uma grande sacada do tradutor manter dessa maneira): ela utiliza várias expressões do vocabulário informal, o que, a meu ver, se deve a personalidade da narradora. Essa escolha deixa o livro e a história em si muito mais próxima do leitor, faz com que ele sinta-se parte importante da trama, como se a autora se importasse mesmo com o fato de ele estar acompanhando o desenvolvimento da narrativa. Isso é um grande ponto positivo, e creio que Cate soube usar essa estratégia a seu favor. Para falar a verdade, grande parte das pegadas divertidas e irônicas do livro partem desse artifício. 

O final é completamente aberto, e, creio eu, o segundo livro deve começar exatamente onde o primeiro terminou. Essa artimanha deixa o público sedento por mais história, mas confesso que eu senti falta de um fechamento melhor. Sabe aquela sensação de que o teu livro veio com algumas páginas faltando? Pois é, foi isso que eu senti ao terminar a leitura. 
O único ponto que realmente me incomodou no livro, e aqui eu justifico as minhas quatro estrelas, foi o fato de ele ter demorado um tempo até a ação e a trama propriamente dita começarem a se desenrolar. No início temos uma pitada da vida que Nas levava antes de chegar a River’s Edge, e eu acredito que a autora dedicou muitos capítulos a adaptação da protagonista nesse novo ambiente. Eu até entendo que ela queria mostrar claramente a diferença e as dificuldades enfrentadas pela personagem para se adequar a nova vida, mas acho que isso deixou a narrativa um tanto quanto lenta, e fugiu do foco e da proposta da autora. Não que isso tenha tirado o brilho e a genialidade da história, eu apenas senti falta de um pouco mais de ação, principalmente até a metade do livro, praticamente.

A diagramação está perfeita. A capa é magnífica, uma das mais bonitas que tenho na minha estante. Sua textura é, em sua maior parte, aveludada, com destaque para a moldura de flores na capa, lisas e brilhantes. As folhas são amareladas e grossas, e a letra facilita bastante a leitura. Cada capítulo abre com uma letra capitular, da mesma fonte do título. Caprichado, delicado e ao mesmo tempo simples: a editora está de parabéns!


Encerro por aqui esta resenha, com a minha indicação do livro a todos.  A história é realmente mágica, envolvente e, quando você começar a leitura, não vai conseguir largar antes do fim do livro. Eu com certeza pretendo acompanhar o restante da trilogia, e espero com ansiedade para saber se a autora terá o mesmo êxito que teve no primeiro volume. Aguardo seus comentários sobre a resenha e o livro. Até a próxima postagem!

Beijos 

2 comentários:

  1. Amei tua resenha. Estou pensando em ler esse livro a algum tempo, mas tinha algumas coisas a esclarecer antes. E imagina? Você esclareceu! Com certeza o lerei nesse novo ano que se inicia. Acho que o que mais gostei na história, é que a personagem é durona. Infelizmente eu sou uma pessoa bem chata. Adoro mulheres fortes e decidias. Tendo a ser durona e meio fechada. Então me identifico super, com as personagens mais turronas e cabeça dura. Uma coisa que detesto, personagens metidos a "senhores perfeitos"! Isso é meio irritante né?! rsrs. Tenho muito medo somente de me decepcionar com a continuação. Infelizmente ainda essa semana, passei por isso de novo!! Comecei uma trilogia incrível! O primeiro livro é surreal de tão bom. O problema é que o segundo... Está vindo literalmente para destruir o primeiro. Como eu já imaginava. Estou em busca de uma trilogia que mantenha o padrão, quem sabe não é essa?
    Bjokas... entreumlivroe-outro.blogspot.com

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    1. Anya, sua linda, mais uma vez tuas palavras só confirmam o quanto somos parecidas hahahaha eu também odeio personagens bonzinhos demais, bonitos demais, dedicados e obedientes demais, pois sabemos que a perfeição não existe, nem na realidade e nem na ficção. Os leitores, a meu ver, se apegam muito mais a personagens reais, que tenham defeitos e qualidade como eles. Com certeza te recomendaria a leitura do livro, mas confesso que no início é preciso paciência, pois ele demora um pouco pra engrenar com a ação. Mas depois que deslancha a leitura flui rápido e facilmente. Como ainda não li a trilogia inteira, não posso te dizer nada sobre os outros livros, mas te falo que a história é delirantemente diferente e viciante. Prepare-se para aquela ansiedade de saber o que acontece na última linha hahahaha Beijos, querida, e obrigada pelos elogios, mais uma vez!

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