Curta!

[RESENHA] O Inverno Das Fadas - Carolina Munhóz

05 outubro 2014



Hey, pessoas!

Como faz algum tempo que não posto resenhas por aqui, resolvi dar esse presente para vocês hoje. E o livro escolhido foi O Inverno das Fadas, da tão aclamada Carolina Munhóz.

TÍTULO: O Inverno das Fadas
AUTOR: Carolina Munhóz
EDITORA: Fantasy (Casa da Palavra)
AVALIAÇÃO: 
SINOPSE: Existem pessoas normais em nosso planeta. Homens e mulheres simples que nascem e morrem sem deixar uma marca muito grande ou mesmo significativa na humanidade. Mas existem outros que possuem talentos inexplicáveis. Um brilho próprio capaz de tocar gerações. Como eles conseguem ter esses dons? De onde vem a inspiração para criar trabalho maravilhosos? São cantores com vozes de anjos, artistas com mãos de criadores e escritores imortais. Existe uma explicação para isso. Sophia é uma Leanan Sídhe, uma fada-amante, considerada musa para humanos talentosos. Ela é capaz de seduzir e inspirar um homem a escrever um best-seller ou criar uma canção para se tornar um hit mundial. A fada dá o poder para que a pessoa se torne uma estrela, um verdadeiro ícone, ao mesmo tempo em que se aproveita da energia do escolhido para alimentar-se. Causando loucura. E morte.

O Inverno das Fadas nos apresenta a história de Sophia Coldheart. Ela é uma Leanan Sídhe, fadas que inspiram artistas a evoluir em sua arte, ao mesmo tempo que sugam sua energia para sobreviver. Isso é um fardo carregado demais para Sophia, mas ela nunca havia parado para pensar sobre sua sina até conhecer William.

William é um escritor promissor, que foi escolhido para representar sua cidade num concurso. Para isso ele precisa escrever um livro sobre algum aspecto local. Sophia vê, então, a oportunidade perfeita para se aproximar do rapaz, e é isso o que faz. Mas o que não podia imaginar é que ele seria muito mais interessante do que ela pensava. Aos poucos, Sophia conhece William, e sua personalidade forte, algo que ela nunca havia enfrentado antes. Estava acostumada com todas as suas vítimas jogando-se aos seus pés, mas William controlava a relação entre eles. Esse fato desnorteia a fada, ao mesmo tempo que a deixa curiosa com relação ao garoto.

Com o decorrer do tempo Sophia acaba por se apaixonar pelo escritor, que corresponde aos seus sentimentos. Porém, esse é um amor impossível, já que a fada precisa da energia de sua vítima para manter-se viva, e isso geralmente leva à morte. Sophia, a partir desse momento, passa a questionar seu destino, e acaba por se sentir responsável por todas as pessoas que matou. Ela não aceita não poder ser feliz junto ao homem que ama, e isso a entristece, causando o mesmo a William. Mesmo assim, ele continua com seu livro, e aos poucos a relação entre os dois o deixa doente. Isso evolui rapidamente, e Sophia não consegue encontrar nenhuma solução para os problemas que enfrenta. Tudo que ela quer é viver seu amor com William, mesmo que isso acabe matando-a.



O livro é narrado em terceira pessoa, o que, nesse caso, influenciou para a compreensão dos sentimentos das personagens. Confesso que comecei a ler com uma expectativa muito grande com relação à história. Acho que isso ajudou para que o livro não fosse tão bom quanto eu esperava. Há muito tempo eu queria conhecer a trama, e o fato da autora ser aclamada por todos indicava que a obra era realmente boa. Porém eu achei que faltou algo. Talvez um desenvolvimento maior das personagens, ao invés de tanto drama, talvez mais ação ao invés de detalhes desnecessários, não sei. Alguma coisa não me agradou.

A trama em si é muito boa. Nunca havia lido nada sobre fadas, e foi bom começar quebrando aquele tabu de que elas são sempre boazinhas e dispostas a ajudar o ser humano sem pedir nada em troca. Fiquei bastante interessada em conhecer um pouco mais desse universo, e nisso o livro alcançou magistralmente. Gostei bastante de William, e sem dúvida ele foi meu personagem preferido da narrativa. É decidido e corajoso, fez de tudo para viver o amor que sentia e não desistiu nem por um segundo da mulher que amava. Isso é admirável! Sophia me deixou um pouco em dúvida: eu não sei o que pensar dela. Em alguns momentos eu a odiava, por ser egoísta e aproveitadora, e em outros eu sentia vontade de abraçá-la e dizer que isso tudo não era sua culpa. Isso me deixou um pouco desnorteada e eu não sabia exatamente o que a autora queria ao descrevê-la dessa forma. Se foi a confusão de sentimentos, então preciso concordar que foi uma descrição incrível. Mas se ela queria que nos afeiçoássemos à personagem não foi tão bem sucedida assim.


Algo que eu achei muito interessante na história é o modo como ela nos introduz ao mundo das fadas. Tudo no ambiente tem relação com esses seres. Desde a cidade onde se passa a narrativa até a personagem principal. Gostei bastante desse detalhe, e achei que ele contribuiu para o andamento da trama. É sempre ruim começar o livro sem uma introdução adequada ao seu tema. Como toda obra, O Inverno das Fadas também tem pontos negativos. Para mim, o maior deles foi a falta de ação. A autora se ateve a muito detalhes, algumas vezes desnecessários, e acabou deixando a narrativa um tanto quanto monótona. Muitas vezes me peguei pensando que já deduzia certos aspectos, e me senti um tiquinho burra com a autora explicando tudo e mais um pouco.

Outra coisa que eu achei bem chata foi a previsibilidade das personagens. Durante a narrativa toda (tá, mais ou menos no décimo capítulo para a frente) eu já era capa de prever as reações dos protagonistas frente a determinadas situações, e isso me deixou completamente louca. Não que seja de todo ruim, mas esse detalhe me incomodou e eu quase desisti do livro. Porém, os pontos positivos me fizeram continuar a leitura, e felizmente isso melhorou ao final da trama. A aventura passou a existir e as ações das personagens mudaram completamente de rumo. Fiquei pensando porque a autora não começou assim desde o princípio, já que tinha capacidade para isso!

Um detalhe que eu achei uma sacada incrível da Carolina foram as frases de músicas como título dos capítulos. Cara, eu amei isso! As frases traduzem perfeitamente o que podemos esperar daquela parte da história, e isso foi hilário. Mas achei desnecessário as traduções das frases ao final do livro, penso que o leitor deve ter autoridade para procurar o que não conseguir entender completamente, isso é uma questão de honra, pelo menos para mim!


Quanto à diagramação, os títulos dos capítulos são bem destacados, e eu gostei bastante da fonte que foi usada, não cansa os olhos e facilita a leitura. A capa é maravilhosa também, fiquei bastante admirada como trabalho da editora. O livro é bem grosso, e eu não esperava isso, confesso, mas isso é uma decisão da autora, e eu acabei até gostando. Não encontrei erros de digitação, a editora está de parabéns por isso!

Recomendo o livro para aquelas pessoas que gostam de seres mitológicos e um enredo marcante, mas já adianto que não é uma obra que tu possa ler enquanto aprecia tuas férias, pois, além da quantidade de páginas, a história é densa e tu precisa se envolver para compreendê-la.

Em outro post vou apresentar a playlist do livro para vocês, para que esse não fique com um tamanho monstro. Mas não se preocupem, em breve trago elas para vocês.

Não esqueçam de me contar suas impressões se já leram o livro. Até a próxima postagem!

Beijos 

2 comentários:

  1. Não gosto de livros muito previsíveis sabe? :/ Fico desanimada demais com isso.

    Beijinhos, Helana ♥
    In The Sky, Blog / Facebook In The Sky

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pois é, foram exatamente essas características das personagens que quase me fizeram desistir do livro. Não sei, talvez apenas eu tenha enxergado isso, mas como eu disse na resenha era capaz de prever as atitudes que cada um ia tomar, e isso me deixava bastante chateada :/ Beijos, Helana!

      Excluir