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[RESENHA] Todo Dia - David Levithan

25 agosto 2014

Hey, pessoas!

Ok, eu sei. Andei sumida no fim de semana, mas por favor, culpem minha internet, que andava feito uma lesma desde sexta-feira. Mesmo não tendo sido por vontade própria peço desculpas. E fiquem vocês sabendo que pude adiantar bastante minhas leituras, portanto hoje, para compensar a ausência, trouxe uma resenha de um livro maravilhoso para vocês. Leitores e leitoras, conheçam Todo Dia, de David Levithan!


TÍTULO: Todo Dia
AUTOR: David Levithan
EDITORA: Galera Record
NÚMERO DE PÁGINAS: 279 páginas
AVALIAÇÃO: 
SINOPSE: Toda manhã, A acorda em um corpo diferente, em uma vida diferente. Não há qualquer aviso sobre quem será ou onde estará em seguida. De menina a menino, rebelde a certinho, tímido a popular, saudável a doente; A precisa de adaptar. Já se acostumou com isso e até criou algumas regras para si. Primeira: nunca se apegar; segunda: jamais interferir. E tudo corre bem... até que A desperta no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. A partir desse momento, as regras pelas quais tem vivido não fazem mais sentido. Porque, finalmente, A encontrou alguém com quem quer ficar; dia após dia, todo dia. Mas como esperar que uma pessoa que sempre viveu uma vida normal possa entender a realidade de A? Ou até mesmo acreditar nela? Enquanto lutam para se reencontrar a cada 24 horas, ambos precisam enfrentar seus próprios demônios, superar suas limitações e redefinir sua prioridades. Rhiannon conseguirá ficar com alguém que muda a cada dia? E até onde A acha justo (ou ético) interferir nas vidas de quem habita? Mas, principalmente, o amor pode mesmo vencer qualquer barreira?

A vida de A nunca foi normal. Desde criança ele sabia que era diferente. Nunca teve uma casa, uma família ou amigos. Ele nunca podia se apegar a ninguém, porque nunca acordava no mesmo lugar. A vida de A era pular de corpo em corpo, sem saber para onde iria ou quem habitaria a seguir. E ele só permanecia nesse corpo por um dia. A já havia se acostumado com isso, e estava lidando bem com a situação de não pertencer a nenhum lugar, até acordar no corpo de Justin. A princípio seria um dia normal, onde ele tentaria ao máximo deixar as coisas correrem sob seu ritmo normal, para não interferir na vida do garoto que havia emprestado seu corpo a ele (obrigado, claro, e sem saber de nada). Mas então ele conhece Rhiannon, a namorada de Justin, e logo de cara sente uma forte ligação com ela. E percebe que o garoto a quem ela ama não a valoriza de verdade. Decidido a dar um dia de sonhos a garota, ele encarna o papel de namorado amoroso, sem pensar muito nas consequências, que logo viriam. Contrariando todos os seus princípios e regras, ele se vê querendo encontrar a menina todos os dias, querendo tocá-la mais uma vez. Ele estava apaixonado.


A não sabia o que era ligar-se a alguém. Ele nunca havia sentido nada parecido, e mesmo assim continuou tentando reencontrar Rhiannon, mesmo inconscientemente. Ele já não ligava se ia levar seu hospedeiro com ele, mudar sua rotina ou quebrar seus valores, só queria vê-la de novo. E sabendo que Justin não a merecia, ele tinha esperanças de que ela o aceitasse. Mas sabia que nunca teria um lugar certo, e que seria injusto pedir a Rhiannon que aceitasse uma vida falsa. Independente de tudo isso, A consegue convencer Rhiannon de seu amor por ela, e também de seu dom (ou seria maldição?). Depois de a menina também compreender que está tão ou igualmente apaixonada por ele, eles passam a ver-se todos os dias, ignorando as dificuldades. Mas elas existem, e começam a ser mais fortes do que o que eles sentem. Será que o casal conseguirá ultrapassar todas as barreiras e finalmente ficar juntos? Será que o amor realmente supera tudo?

O livro é narrado por A, e desde o início ficamos sabendo o quão difícil é sua vida, apesar de ele já estar adaptado. Logo que li a resenha desse livro fiquei com muita vontade de ler de uma vez por todas, mas confesso que também sentia um pouco de receio, por temer não compreender a história, já que ela é diferente de tudo que já li. Quando finalmente o livro chegou as minhas mãos eu não resisti: mergulhei na trama, e não me arrependo.


Os capítulos contam o passo a passo dos dias de A, e vamos conhecendo um pouco de sua rotina, e regras. Logo no início me afeiçoei ao protagonista, e não conseguia desgrudar os olhos das páginas. Conforme a narrativa ia se alastrando, adentrei na história, e me senti realmente uma personagem dela. Os detalhes estão muito presentes no decorrer da narrativa, o que torna fácil a compreensão. apesar de ser um mundo e um tema desconhecido. Cada pessoa na vida de A é diferente da outra, e eu achei essa ideia genial, pois trabalha com a ideia de não-pertencer que, querendo ou não, todos nós já tivemos em alguma fase de nossas vidas. Sem falar nos temas atuais que surgem no decorrer do livro, dúvidas em relação a si mesmo e ao mundo que nos cerca e reflexões sobre essas mesmas dúvidas. Eu acho isso super válido, pois acaba tornando a leitura muito mais real, e não supérflua como costumam ser a maioria dos livros de ficção. É uma história que te emociona e te acrescenta ao mesmo tempo, e você acaba crescendo com as experiências das personagens.

Rhiannon me cativou bastante, e eu acabei me identificando muito com a personalidade dela, apesar de em alguns momentos eu sentir ela meio preconceituosa com relação ao que acontecia ao seu redor. Mesmo assim, ela é uma garota doce e apaixonada, o que faz com que tenhamos compaixão dela. Além disso é calada, e sente receio quanto a sua própria imagem, coisa que eu entendo muito bem devido a próprias vivências que já tive. As personagens do livro são de todo complexo, e cada uma delas te ensina algo. Não tem como chegar ao fim dessa história pensando ou sendo do mesmo jeito que era antes de ler.

Levithan realmente conseguiu construir uma narrativa fluida, de capítulos curtos e que te prende com muita facilidade. Uma palavra puxa a outra, e quando você se dá conta já está no fim do livro. Para mim, o pior da história foi saber que não há continuação. Eu realmente me apeguei demais ao livro, e passei vários dias tentando me recuperar do impacto que a trama me causou. Eu amei, tudo, desde as personagens, ao cenário, passando pelas histórias de vida de cada um, com todos os sofrimentos e incertezas.


Quanto à diagramação, confesso que a história foi tão boa que eu nem me importaria se ela fosse a pior do mundo (o que definitivamente não é). Ela é simples, sim, mas eu penso que isso combina com a trama, que, apesar de ser complexa em suas reflexões, é fácil e leve de se acompanhar. Os capítulos, como eu já disse, são as contagens dos dias de A, e cada um deles nos mostra uma personagem diferente, de quem A ocupa o corpo e as lembranças por um dia inteiro. Além disso há muitas mensagens de e-mails trocados por A com outras pessoas, o que também torna a diagramação mais bonita e delicada. A capa é perfeita, e já cria uma certa expectativa antes mesmo do livro ser aberto. E nesse caso posso dizer que as minhas expectativas forma mais do que totalmente atendidas.

Eu recomendo o livro, claro, mas já adianto que você vai se apaixonar e que vai precisar de um coração bem forte para o final (pausa para as lágrimas). A histórias trata de temas cotidianos, da forma mais delicada possível, como eles realmente pedem para ser tratados. O autor conseguiu construir uma trama envolvente, cheia de personagens e momentos marcantes, e eu confesso que não saberia dizer qual foi a melhor parte do livro, pois gostei de todas igualmente.

Cinco estrelas para Todo Dia, e se tivessem dez, eu daria todas elas, com méritos!

Eu espero que tenham gostado da resenha, e venham me contar o que acharam do livro se já leram (ou depois que lerem, porque vocês precisam ler!). Até a próxima postagem!

Beijos 

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