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[RESENHA] O Menino do Pijama Listrado - John Boyne

16 julho 2014

Boa tarde, pessoas!
Hoje eu vim trazer a resenha de um livro lindo para vocês: "O Menino do Pijama Listrado", do irlandês John Boyne, que o meu namorado (lindo!) me deu de presente. Lencinhos preparados?



Título da obra: O Menino do Pijama Listrado
Autor: John Boyne
Ano de publicação: 2013
Editora: Companhia das Letras
Nota do livro: 
Sinopse: Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus. Também não faz idéia que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e a mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e para além dela centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com frio na barriga. Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. O menino do pijama listrado é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.

O livro nos traz a história de Bruno, um garoto de nove anos, que vê sua vida mudar radicalmente após ser obrigado a mudar-se de sua casa em Berlim com sua família, devido ao "trabalho" de seu pai. O garoto não fazia ideia de qual era função de seu pai, e nem para onde iriam. Quando chega em sua nova casa, Haja-Vista (nome do campo de concentração que o pai iria comandar a partir daquele dia), ele logo de cara odiou o lugar, pois não havia nenhuma criança para brincar, ou lugar para conhecer. Apesar de seus sentimentos rebeldes, o menino foi criado para não contrariar seus pais sob nenhuma circunstância, e obedecê-los sem questionar em qualquer ocasião. Sua irmã Gretel, apesar de também sentir falta de sua casa, parecia não se importar em continuar naquele lugar por mais algum tempo, se isso fosse agradar ao seu pai. Desde o início do livro fica clara a predileção do pai por Gretel, de 12 anos, enquanto a mãe dava mais atenção a Bruno.


Com o passar do tempo, Bruno acabou por acostumar-se a casa, e aos soldados que iam e vinham, com seus uniformes que, apesar de engomados e bem-passados, não se comparavam ao do seu pai. Bruno entendia que a posição ocupada pelo pai era de destaque, e que o Fúria (codinome de Hitler no livro) tinha grandes planos para ele, mas não sabia porque isso incluía as pessoas atrás do muro que ele via da janela de seu quarto. A rotina da casa, sempre calma demais, acabava por entediar Bruno, uma criança ativa e que gosta muito de brincar. É por isso que ele resolve explorar o lugar onde vive agora, e é assim que conhece Shmuel, um garoto judeu que acaba por se tornar o melhor amigo de Bruno. Juntos eles passam horas conversando, e trocando experiências, o que vai aos poucos fortalecendo a amizade entre os dois meninos.


O livro é narrado em terceira pessoa, mas a perspectiva predominante é a de Bruno. Com isso, vemos e sentimos todas as descobertas que pouco a pouco o garoto vai fazendo, com toda a sua ingenuidade. Em meio ao caos de uma guerra, e ao mesmo tempo alheio a tudo isso, Bruno é um menino como qualquer outro, que teme o pai acima de todos. O que mais me chamou atenção no começo do livro foram as várias repetições de expressões como "Proibido entrar em todos os momentos sem exceção", quando o narrador se referia ao cômodo do quarto e ao escritório do pai, e "Certas pessoas", quando a mão queria mencionar os soldados de seu pai. Também há os empregados, completamente submissos, com os quais Bruno se sente mais à vontade para conversar sobre suas verdadeiras opiniões acerca das situações que ocorrem ao redor. O pai é comandante do exército nazista, mas também é ele quem toma as decisões na sua própria casa, sem ser questionado por ninguém. A casa em Haja-Vista é o contrário da de Berlim, que era alegre, espaçosa e cheia de vizinhos. 





"Porém, enquanto pensava, seus pés o levavam, passo a passo, cada vez mais perto do ponto na distância, que nesse meio tempo havia se tornado uma mancha, dando, dentro em pouco, todos os sinais de se transformar numa forma. E logo depois disso a forma se tornou um vulto. E então, conforme Bruno chegava mais perto, ele viu que não era nem mancha nem forma nem vulto, e sim uma pessoa." (pág. 96)


No decorrer da história vamos percebendo, através da visão de Bruno, a situação em que se encontrava o país naquele momento. O enredo é cheio de menções ao nazismo, e à diferença causada por ele às variadas classes da sociedade. O escritor conseguiu me prender do início ao fim com uma escrita super detalhada, que faz a história fluir como poucas. Além de lindo, o livro nos faz ter exata noção das consequências que o regime trouxe a todos, inclusive aqueles que nem sequer entendiam direito o porque de tudo estar acontecendo, como Bruno e seu amigo judeu Shmuel. O fim da história me fez chorar bastante, e como já havia visto o filme, consegui relacionar certas cenas, o que me emocionou ainda mais.





Eu super recomendo o livro, pois acho que ele é uma grande leitura para qualquer hora e qualquer fase da vida, por abordar o tema com seriedade, ao mesmo tempo que consegue ser comovente e envolvente em cada parte, até o final, que não podia ter sido melhor.


"Os dois meninos apertaram as mãos e sorriram um para o outro. Foi a primeira vez que eles se tocaram." (pág. 153)


Espero que tenham gostado, e até a próxima postagem.
Beijos 

4 comentários:

  1. Esse livro é tipo o amor da minha vida! Li ele para a escola, você acredita? Eu gostei demais dele e o filme é tão bom quanto. É uma história tão complexa e pesada, mas contada de um jeito tão simples, que não tem como a gente não se apaixonar por ela. Chorei muito com o filme, mas com o livro não porque não tinha conseguido entender que os dois morrem :( HAUAHUAH muita tristeza.

    Coral,
    Universe for Words

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    1. Ele é realmente muito lindo, e o que mais me impressiona nele é essa coisa de deixar tudo meio subentendido, pra gente mesmo perceber. Eu vi o filme na escola UAHAHUAHUHA e eu sou apaixonada pelos dois, mas não tinha lido o livro ainda, até que meu namorado lindo me deu de presente <3

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  2. Já li uma vez para escola e é muito fofo, tanto o livro quanto o filme :3
    http://luludeluxemburgo.blogspot.com.br/

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    1. Né? O livro é perfeito, e a adaptação dele para o cinema não deixa nada a desejar, apesar de eu sempre preferir as palavras no papel haha Beijos Ana!

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